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07.02.2022POR Isabel Simões

Coimbra apelou ao governo para construir a Barragem de Girabolhos e aprova Estudo para margem direita do Mondego

No período de antes da ordem do dia da reunião do executivo de hoje, segunda-feira, dia 7 de fevereiro, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), José Manuel Silva considerou fundamental a construção da barragem de Girabolhos para a regularização do caudal do Rio Mondego.

Sem a edificação, o Açude Ponte pode não conseguir resistir a fenómenos extremos de pluviosidade que possam acontecer, considerou o autarca.

Carlos Cidade, vereador eleito pelo Partido Socialista (PS) concordou que o plano de barragens tem sido sucessivamente adiado por falta de financiamento e que urge prosseguir. Face ao estado de seca de algumas regiões do país, “o Estado Central tem de tomar medidas”, disse.

Francisco Queirós, vereador pela CDU lembrou a importância da gestão da água para as populações e que a barragem de Girabolhos “está na gaveta desde 2007”.

Para além de Girabolhos José Manuel Silva lembrou que estão previstas mais duas barragens: Midões e Asse Dasse. O complexo permitiria, de acordo com o autarca, contribuir para a reserva de água nacional, em tempo de seca como algumas regiões já estão a sentir.

Foi também apresentado o Estudo urbanístico para a frente de rio da margem direita. O documento prevê nova ponte pedonal sobre o Mondego que vai ficar preparada para ser atravessada pelo MetroBus, em futuras ampliações para a margem esquerda.

A expansão do MetroBus para sul do concelho de Coimbra, está já a ser analisado pela Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, lembrou a vereadora do urbanismo, Ana Bastos.

O Estudo urbanístico prevê ainda uma zona pedonal e ciclável entre a Ponte de Santa Clara e o Açude Ponte. Todos os vereadores foram favoráveis à alteração de a Avenida Aeminium ficar sem trânsito automóvel, à exceção dos veículos de emergência.

PS e CDU aprovam a alteração mas deixam algumas considerações

O Estudo levou a algumas ponderações por parte quer do PS, através de Carlos Cidade, quer da CDU, com Francisco Queirós. Embora ambos tenham aprovado deixaram algumas chamadas de atenção.

Francisco Queirós considerou que 15 dias para discussão pública é um “espaço curto”. Para o vereador da CDU, envolver a cidade na discussão do que vai ser feito, será fundamental, uma vez que se vai mexer numa zona “fulcral da cidade” e que o que se prepara é “uma revolução urbanística”.

Carlos Cidade, já tutelou a área do urbanismo na anterior vereação. Após a reunião do executivo, o PS enviou às redações uma nota de imprensa em que realça o papel do partido no que apelidam de “Cidade Virada para o Rio e a Concretização do Calçadão” e que passamos a transcrever:

“Um desígnio de Coimbra, que os socialistas sempre assumiram ao longo dos tempos e que está em curso no quadro da Área de Reabilitação Urbana aprovada e conforme projetos em concretização na margem direita do Mondego, quer por iniciativa pública do executivo socialista, quer pelo incentivo da iniciativa privada, naturalmente, sempre sujeito a alterações que se mostrem positivas, como o caso do reforço da pedonalização e da melhoria da qualificação do espaço urbano, assim como a definição da localização da nova ponte pedonal há muito referenciada em vários instrumentos de gestão territorial do Município de Coimbra. Por estas razões os vereadores do PS aprovaram a proposta de consulta pública destas alterações, com o objetivo de melhorar o trabalho que foi iniciado pelo executivo do Partido Socialista.”

José Manuel Silva considera que a apresentação pública do Estudo prévio está feita através da reunião de Câmara, em que o arquiteto Paulo Fonseca esteve para o efeito. Embora a discussão pública se vá fazer durante o período mínimo que a lei exige, 15 dias, a urgência do processo, devido a várias iniciativas em curso na zona, impede o alargamento do prazo de discussão, na opinião do autarca.

Existem projetos privados e da Infraestruturas de Portugal (IP) para a zona. O presidente da Câmara de Coimbra esclarece que os mesmos estão enquadrados no Estudo de forma a não substituir uma “barreira de ferro por uma barreira de betão”.

José Manuel Silva esclarece ainda algumas das dúvidas em relação quer ao projeto da IP, quer ao projeto do Montepio.

Programa Municipal para as Alterações Climáticas divide opiniões

Em várias reuniões do executivo o vereador do PS, José Dias  tem colocado questões relativas ao Programa Municipal para as Alterações Climáticas. Na segunda-feira perguntou sobre os projetos que o novo governo da autarquia está a preparar para se candidatar às linhas disponíveis no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Já em relação ao Programa Municipal para as Alterações Climáticas o vereador perguntou qual o ponto de situação da Comissão de Acompanhamento.

José Manuel Silva respondeu com a crítica de que o Programa Municipal é um “plano de intenções” e  sem “uma única métrica e sem datas”. A RUC questionou o presidente da autarquia sobre as métricas que considera necessárias. José Manuel Silva comprometeu-se com a definição de um conjunto de objetivos que “a seu tempo” o vereador responsável apresentará.

A questão das Alterações Climáticas tem promovido várias manifestações por parte de associações ativistas com representação no concelho. Uma petição “por uma declaração de emergência climática” elaborada por quatro movimentos civis e assinada por cerca de 1000 cidadãos de Coimbra, deu entrada na Assembleia Municipal em março do ano passado.

José Manuel Silva manifestou-se “completamente aberto” ao problema , esclarece a definição de emergência climática e conta o que tem sido feito no Município de Coimbra.

Pode consultar o Programa Municipal para as Alterações Climáticas onde se confirma a existência  de um conjunto de 75 medidas, a maioria com previsão de implementação.


A Câmara reconheceu ainda utilidade pública da Associação Artística e Cultural Salatina. A próxima reunião tem lugar no dia 21 de fevereiro. Pode ver e ouvir na íntegra o que se passou na reunião do executivo aqui.

Foografia: (CMC)

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