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Recebidos de braços abertos ao som da música nacional | Mêda+ dia 1
No último fim de semana de julho, a cidade da Mêda torna-se num palco de música ao ar livre, recebendo de braços abertos quem regressa e quem vai pela primeira vez. E este ano não foi excepção, com a 11ª edição do Mêda+, que aconteceu entre os dia 24 e 26 de julho. A RUC esteve presente pela primeira vez, para testemunhar estes três dias dedicados à música nacional alternativa.
A viagem previa-se longa, mas as paisagens da Beira Alta e a promessa de dias repletos de música, tornaram o caminho mais leve. E leve foi também o primeiro concerto do festival, que ficou a cargo de Evaya. No palco Pé em Triste – palco com curadoria da Associação Cultural Pé em Triste, e sediada em Foz Côa – a artista independente cantou-nos e encantou-nos neste início de festival. Já habituados às suas performances imersivas, Evaya veio apresentar o seu último trabalho, “Abaixo das Raízes deste País”, com as suas letras deprimentes mas que nos dão alento e esperança, como nos confessou entre músicas. Acompanhada por Polivalente, este encarregue dos synths, Evaya movimentou-se entre o misticismo definido da sua voz e as texturas mais obscuras, mostrando bem a complexidade da sua criação musical.

Evaya e Polivalente | Palco Pé em Triste
No mesmo palco, e logo de seguida, 800 Gondomar surgiram para um concerto de energia incomparável. O seu garage rock, com fortes influências do punk, irrompeu pelo parque da Mêda que se encheu para vibrar ao som do trio de Rio Tinto. Com as suas letras afiadas, carregadas de atitude, cantaram-nos as suas críticas sociais, continuando a apresentar por essa estrada fora temas do seu último trabalho “São Gunão”. Vivenciar um concerto de 800 Gondomar é ser contagiado pela energia que nos chega do palco, é amparar o salto de Alô Farooq da coluna de som e carregá-lo num nado pelo público. É gritar as dores do mundo enquanto somos confortados pelas batidas deste mítico grupo.

800 Gondomar | Palco Pé em Triste | Fotografia de Zé Gaspar
Passagem para o palco Mercado, envolto num ambiente de arraial, com Romeu Bairos a completar a festa. Em conversa com a RUC, confessou que não houve grande preparação para o concerto desta noite, mas isso em nada comprometeu a sua presença em palco. Acompanhado por Paulo Borges no acordeão, Romeu Bairos transportou-nos até ao cancioneiro Açoriano e aos cantares de “Romê das Fürnas”. Entre tocar uma versão paródia de um tema dos Xutos e Pontapés, e saltar do palco para dançar em roda, Romeu trouxe a festa e diversão até à Mêda.

Romeu Bairos | Palco Mercado
Já no palco Mêda+ – o principal do festival, e também no centro da cidade – Emmy Curl foi a primeira a pisá-lo. Numa junção de música tradicional e as mais diversas texturas do dreampop, eletropop e jazz, Emmy Curl continua a provar o seu talento. Navegando entre temas do seu último trabalho, “Pastoral”, e do seu sucessor, “Pastoral ll” (ainda por editar), a artista preencheu o palco principal, mesmo sendo a única em cima do mesmo. A complementar a experiência, Curl fez ainda questão de adicionar uma camada visual, com filmagens intrigantes da natureza e do seu universo artístico. Entre uma versão de “Lembra-me um Sonho Lindo”, de Fausto, as asas de fada a rodopiar em palco e um adufe, Emmy Curl iluminou a escuridão noturna.

Emmy Curl | Palco Mêda+
A noite ainda ia a meio, com mais 2 nomes de peso a subirem a palco. Para quem não os conhecia, Humana Taranja vieram mostrar o que tão bem sabem fazer. O indie rock desta banda do Barreiro transporta-nos para um mundo cru, cheio de personalidade e contagiante – em muito apoiado pela química entre membros. Com participação de Polivalente no início do concerto, e também de Evaya noutro tema, os Humana Taranja soltaram os acordes para recebermos Máquina em palco. Este trio quase dispensa apresentações,tendo já habituado o público aos seus concertos de puro noise. Depois de vários espetáculos por diversas cidades europeias, chegaram até Mêda para ecoarem o seu trabalho – uma miscelânea de industrial, techno e electrónica. Como confessaram em entrevista à RUC, o seu crescimento enquanto projeto foi repentino, e consideram um privilégio andarem de palco em palco, por essa estrada fora. Bastou o primeiro riff para o público se juntar ainda mais e soltar as frustrações mundanas. Num festim de dança desenfreada, saltámos entre trabalhos do trio, como “DIRTY TRACKS FOR CLUBBING” e “PRATA”, fechando a primeira noite de Mêda+ com chave de ouro.

Humana Taranja + Evaya | Palco Mêda+

Máquina | Palco Mêda+
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