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01.08.2025POR Tomás Cunha

Da Geórgia à Solum: A Volta ao Mundo em Meias e Chuteiras

Com a chegada do georgiano Jorge Karseladze à Académica, reabre-se o mapa das origens pouco comuns que já passaram pelo relvado do Estádio Cidade de Coimbra. De jogadores vindos dos Balcãs, Caraíbas, Médio Oriente ou África Oriental, a história da Briosa faz-se também de percursos improváveis e encontros marcantes vindos dos quatro cantos do mundo.

Jorge Karseladze,  20 anos, tornou-se esta semana o primeiro jogador georgiano da história da Associação Académica de Coimbra / OAF. Nascido em Vila do Conde, com dupla nacionalidade portuguesa e georgiana, o jovem lateral-direito fez toda a formação no Rio Ave e já conta com internacionalizações pelas seleções sub-19 e sub-20 da Geórgia. Na época passada, destacou-se nos sub-23 vilacondenses e agora chega a Coimbra por empréstimo. Karseladze não é o primeiro a carregar um passaporte pouco comum no balneário da Briosa. Ao longo dos anos, Coimbra já foi casa de várias nacionalidades improváveis.

Recordar esses nomes é, também, revisitar um legado de multiculturalidade que a Académica sempre soube abraçar. Percorramos, então, algumas dessas geografias improváveis, começando uma viagem que nos leva dos Balcãs à África Oriental, com paragens obrigatórias na América Central, Caraíbas e Extremo Oriente. Vamos começar esta viagem pelos Balcãs:

Albânia 

Eduard Abazaj foi central nos anos 90, duro na marcação e com passado em clubes como o Manchester City e o Benfica (embora não tenha jogado pelo último). Continua a seguir a Briosa e é, para muitos, uma referência da velha guarda dos anos 90.

Honduras

Viajamos agora do sudeste europeu para as quentes terras da América Central. Jonathan Toro representou a Briosa em dois momentos diferentes. Internacional pelo seu país, joga actualmente no Petro de Luanda. Tinha técnica e chegou a prometer bastante, mas acabou por sair pela porta pequena, com a descida à Liga 3 no currículo.

Panamá

Mantendo-nos ainda pela América Central, encontramos Garcés, “El Pistolero”, cuja passagem foi envolta em histórias mal contadas. Reza a lenda que era procurado por homicídio no seu país e recusou-se a voltar a Coimbra. Mais tarde, em 2012, Garcés foi condenado por agressão, num caso que terá resultado na perda do filho por parte da vítima. Em 2013, terá sido alvo de um ataque armado no Panamá, mas saiu ileso. Em Coimbra, foi mais pólvora seca do que outra coisa.

Notícia do Mais Futebol de 2009

“A Policía Nacional de Panamá Oeste tomou conta da ocorrência e deteve Garcés. Nesse momento, as autoridades descobriram ainda uma arma calibre 380 e sete munições, em posse do jogador. O internacional panamiano tinha saído com amigos, encontrando-se numa discoteca quando a mulher o surpreendeu na companhia de uma jovem. A discussão começou aí e agravou-se no veículo do atleta.”  Académica: Garcés detido por posse de arma e agressão à mulher | MAISFUTEBOL


Trindade e Tobago

Continuando o périplo pelas Américas, atravessamos até às Caraíbas. Leonson Lewis e Russell Latapy foram dois dos grandes nomes dos anos 90. O primeiro, veloz e letal na área. O segundo, um número dez de fino recorte. Lewis fez 120 jogos e marcou 42 golos. Latapy fez 127 jogos e 32 golos, saindo depois para o FC Porto. Lendas com “L” maiúsculo.

Coreia do Sul

Deixemos o continente americano rumo ao longínquo Oriente. Da Coreia do Sul chegou Coreano Ki, apelidado por alguns de “Iniesta do Mondego”, que encantou os mais românticos com o seu toque técnico e futebol de filigrana. Infelizmente, nunca chegou a explodir, mas deixou boas memórias em Coimbra, ficando para sempre no coração dos Relatos RUC.

Somália

Na nossa última escala, navegamos até ao Chifre de África. Lilian Abdi chegou vindo do país-rei da pirataria e esperava-se que navegasse pelos flancos como um verdadeiro pirata, mas acabou por encalhar logo nos primeiros jogos.

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