Tecelagem de Almalaguês: a tradição que ganhou o Prémio Europeu de Património Cultural

Maria Emília Pereira, presidente da associação que existe desde 2008, fala que o projeto tem como principal objetivo manter viva a técnica que não muda e que ainda permite criar novos produtos, como as carteiras e as alpercatas. Para a dirigente, ter a tecelagem de Almalaguês reconhecida como património cultural significa valorizar as mulheres artesãs e a povoação a que pertencem.

A candidatura venceu na categoria “envolvimento e sensibilização dos cidadãos” e o júri, composto por 11 peritos, sublinhou que a iniciativa contribui ativamente para a inclusão social e resiliência económica, ao ser também uma fonte de rendimento.

Maria Emília explica que a forma de tecer tem origem árabe, uma marca identitária presenta no nome da zona e que, mesmos passados tantos séculos, ainda não se esgotaram as possibilidades de criação.

Até 12 de setembro, todas as pessoas vão poder votar online para decidir quem vai vencer o Prémio Escolha do Público, com prémio de 10 mil euros. A coordenadora da associação não esconde estar confiante e aponta para mais uma oportunidade de valorização do ofício.

Os vencedores deste ano vão receber os prémios a 13 de outubro em Bruxelas, no edifício Flagey, numa celebração que vai fazer parte da Cimeira Europeia do Património Cultural. A candidatura da Associação Herança do Passado foi promovida pela Câmara Municipal de Coimbra, entidade que integra a Europa Nostra desde 2019.