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Programa de reabilitação permite transplantados recuperarem no seio familiar
Realizar um transplante de coração pode ser uma situação assustadora, tanto pela cirurgia como pelo processo de recuperação, e deixa sempre marcas na vida dos transplantados. É no sentido de ajudar e educar os pacientes que Maria Loureiro criou um programa de Enfermagem de Reabilitação em Transplante Cardíaco.
Maria Loureiro é docente na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e no estudo de doutoramento, realizado entre 2021 e 2023, a investigadora acompanhou 19 transplantados cardíacos na Unidade Local de Saúde de Coimbra em duas vertentes: educação e exercício físico. O projeto surgiu pela falta de sistematização de cuidados de reabilitação, verificado por Maria Loureiro quando trabalhava na ULS, em 2012.
A assistência é feita de semana a semana, para verificar se o plano está a ser cumprido ou se é necessário fazer algum ajuste, para além do controlo do ressurgimento de doenças cardiovasculares. Essas medidas permitem que os utentes passem menos tempo internados (de 20 a 33 dias para 15 dias), mais tempo em seio familiar e, no caso de estudo, não existir reinternamento.
O acompanhamento psicológico foi algo central no projeto. Existem pacientes que ficam anos à espera de um transplante e Maria Loureiro revela que “as pessoas sentem que a qualquer momento podem falecer e que a oportunidade ainda não surgiu”. Mesmo depois da operação, os utentes costumam ter medo de se moverem “para não o estragar”.
No período de recuperação pós-procedimento, existem vários cuidados a serem tomados, desde a alimentação à hidratação, bem como evitar esforços físicos e evitar sair do domicílio. De acordo com a evolução dos pacientes, as restrições vão sendo reduzidas até chegar ao ponto em que existe qualidade de vida.
O projeto é inovador a nível nacional e internacional, já que nos EUA, por exemplo, os pacientes são encaminhados para centros de reabilitação. O programa também passou pela validação de 42 peritos em reabilitação de 20 países diferentes, que responderam a um questionário. A tese de doutoramento foi defendida à pouco tempo no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto.
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