Coimbra integra consórcio europeu de investigação sobre o cancro

Ana Cristina Gonçalves, docente na FMUC e investigadora, faz parte da equipa da UCAN-CONNECT e explica do que se trata este projeto e como vai ser desenvolvido.

O principal objetivo do consórcio é criar uma plataforma com o maior número de dados sobre doentes oncológicos, à qual todos os países europeus possam aceder de forma fácil.Outra dimensão do projeto é a investigação: os estudos clínicos, que vão alimentar a base de dados, vão estar focados em seis tipos de cancro: pulmonar, ovário, próstata, linfoma, pancreático e pediátrico.

Esta iniciativa procede o projeto UNCAN.eu, que simboliza mais um dos esforços da humanidade em combater o cancro. Ao longo dos anos, têm sido feitas várias descobertas importantes para o desenvolvimento de uma potencial cura, revela a investigadora.

 

O que se sabe e não sabe sobre o cancro

 

Ana Cristina Gonçalves afirma que alguns dos maiores desafios no combate ao cancro são a dificuldade de realizar um diagnóstico precoce e a capacidade de resistência das células cancerígenas. “Muitas das vezes, os tumores adaptam-se a todos os tratamentos e a todas as abordagens que temos atualmente”, revela a cientista.

Os obstáculos não são só criados pela patologia. A investigadora revela que, no caso português, a falta de investimento dificulta a descodificação do cancro, já que Portugal possui as tecnologias de investigação mais modernas.

O UNCAN-CONNECT vai iniciar trabalho a 1 de setembro deste ano e vai funcionar até 2030, num esforço coletivo de 53 instituições liderado pela Universidade de Tartu, na Estónia. Em Coimbra, vão ser realizados quatro estudos clínicos, liderados pela equipa de Ana Margarida Abrantes da FMUC e do grupo chefiado por Arnaldo Figueiredo, da ULS de Coimbra.