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26.01.2024POR Isabel Simões

RUC garante mais quinze anos de Liberdade “Sempre no ar!”

Renovação da licença vai permitir continuar “a promover a liberdade não só de expressão, mas também de liberdade criativa”, afirma presidente da direção da RUC

Para o presidente da direção da Rádio Universidade de Coimbra, Gonçalo Pina, os próximos quinze anos serão de “muita vida, como têm sido os últimos trinta e oito” da legalização e todo o tempo anterior de Centro Experimental de Rádio.

O dirigente mantém a esperança de que a Rádio Universidade de Coimbra (RUC) continue a fazer aquilo que faz melhor “promover a liberdade não só de expressão, mas também a liberdade criativa” e acolher estudantes e todas as pessoas que se queiram juntar.

“Celebrar a RUC acaba por ser celebrar a Liberdade”

Com a renovação da licença para o exercício da atividade radiofónica que assegura a legalidade da emissão, numa altura em que o país está a celebrar os 50 anos do 25 de Abril, fazia todo o sentido homenagear a liberdade no lema “RUC Sempre, Fascismo nunca mais!”. O programa a desenvolver tem já a contribuição de muitas ideias a serem desvendadas ao longo de 2024.

O papel que a RUC desempenha no panorama radiofónico local e também no nacional é muito peculiar. Dela saíram profissionais para outros órgãos de comunicação social desde o início dos tempos, quer como Centro Experimental, quer depois da legalização.

Uma rádio numa academia de estudantes, mas “aberta a todos e em que todos podem vir fazer aquilo que quiserem, com muitas aspas nisto, porque há um rigor e há um trabalho semiprofissional dentro daquilo que nós fazemos”, esclarece o presidente da RUC.

“Dá para perceber que a RUC tem uma voz não só aqui como a nível Nacional”

“Como nós não há ninguém, e eu acho que a partir daí já se começa a ver a importância que nós temos”, enfatiza Gonçalo Pina. Revela que ocasionalmente “surgem pessoas de fora que gostavam de vir para a RUC”. Pessoas de Lisboa, do Porto e que dizem “quem me dera nos meus tempos de estudante…”, o que dá para perceber que a rádio tem uma voz ativa no panorama radiofónico.

A linha editorial da RUC dá primazia à voz dos estudantes, que era aquilo que já se pedia nos anos trinta e quarenta do século passado, quando começou a discussão para tentar criar uma rádio. Algo que demorou algum tempo e passou por várias experiências diferentes.

Hoje a RUC continuar a dar voz aos estudantes criando um espaço onde podem discutir os seus temas, um espaço para os estudantes, mas não só. Um lugar onde todos os que a procuram se podem expressar, fazer a sua música, fazer rádio à sua maneira, experimentar coisas diferentes, coisas que, por vezes, não se podem fazer lá fora.

“A única rádio que persiste no coração da cidade”

A responsabilidade de ser uma rádio local, leva a RUC a assumir também um papel de proximidade com a cidade de Coimbra. Por ser a única rádio que persiste “no coração da cidade”, a emissora honra o compromisso de servir a comunidade.

A conversa passou ainda pelas dificuldades de financiamento comuns a muitos órgãos de comunicação social. A sobrevivência tem passado por “conseguir fazer da boa vontade daqueles que cá estão o nosso motor para continuar a existir e porque achamos que vale a pena”, esclareceu Gonçalo Pina.

Dificuldades sentidas no edifício sede da Associação Académica de Coimbra, fazem-se sentir também na RUC com as várias intervenções no terraço “Afonso Macedo” a impossibilitarem o uso de espaço para convívio por tempos largos.

As parcerias com rádios de natureza semelhante existem com duas rádios nacionais e uma rádio francesa de Estrasburgo.

“Continuamos aqui!”

Os recursos humanos da rádio oferecem a sua prestação em regime de voluntariado. O facto de ser trabalho voluntário pode afastar algumas pessoas, mas a verdade é que a RUC tem conseguido ultrapassar a questão.

Depois do processo de Bolonha, com as alterações que provocou no Ensino Superior, os cursos são mais curtos e uma parte dos estudantes permanece menos tempo na cidade.

Recentemente a pandemia dificultou o acesso dos que procuraram fazer parte da RUC nesse período. Ainda assim o país diminuiu o ritmo, mas a rádio assegurou a emissão.

Os obstáculos têm sido ultrapassados, assinala o presidente da direção que deixa o convite a todos os que queiram inscrever-se na formação que a RUC disponibiliza.

No dia 1 de março a Rádio Universidade de Coimbra celebra 38 anos de vida como rádio local com licença atribuída. Em maio assegura o Palco RUC na Queima das Fitas.  Até lá estão em agenda várias iniciativas no âmbito cultural e informativo.

Fotografia: da parede da régie da autoria de um elemento da equipa técnica

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