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Irrequietação e música casam-se na 12ª edição – Primavera Sound Porto 2025
De 12 a 15 de junho o Parque da Cidade do Porto voltou a receber o festival com origem em Barcelona numa edição com um cartaz carregado e de programação diversificada. A Rádio Universidade de Coimbra esteve presente no recinto para vislumbrar um fim-de-semana prolongado cheio de música e atuações únicas.
A 12ª edição do festival Primavera Sound Porto aconteceu nos dias 12 a 15 de junho e demonstrou que a música é um ato cultural impossível de separar da política e ativismo.
Numa edição sem a habitual chuva que dispensou também de cancelamentos e problemas com os palcos, o festival regressou em força à cidade do Porto. Os nomes em destaque (Charli XCX, Fontaines D.C., Deftones e Beach House) distinguiram-se pela variedade de géneros, desde o pop ao indie rock, que atraíram um mar de gente para a zona costeira da cidade.
Desta vez, nem a sobreposição dos espetáculos foi problema, dado que a organização do festival fez questão em não programar artistas de sonoridade e estética semelhantes às mesmas horas para que o público pudesse assistir a tudo sem ter que abdicar de nada.
© Hugo Lima | instagram.com/hugolimaphoto | hugolima.com
O festival começou em grande no dia 12 de junho com uma energia palpável dentro do Parque da Cidade. A presença da cor verde era inegável, mas não era só esta estética a marcar presença, também se avistavam muitas camisolas de futebol do clube Bohemian Football Club. Já aqui os Irlandeses, Fontaines D.C. se marcaram pelo seu ativismo, sendo que 30% dos prófitos destas camisolas de equipamento alternativo, cujo design foi feito pelo guitarrista da banda, Carlos O’Connell, vão diretamente para a organização filantrópica Medical Aid for Palestinians.
A luta pela libertação da Palestina foi, sem dúvida, um dos focos principais do concerto, como, aliás, já é habitual nas atuações desta banda. Depois de estabelecerem em 2024, com o lançamento do álbum Romance, a sua posição como os novos reis do pós-punk, Fontaines D.C. subiram ao palco Porto, onde um mar de público já ansiava a sua entrada.
Fontaines D.C. – 12 de Junho
© Hugo Lima | instagram.com/hugolimaphoto | hugolima.com
Num concerto estrondoso, a banda tocou músicas dos diversos álbuns, algo muito apreciado pelos fãs mais antigos. Contudo, apesar da sua excelência em termos musicais, foi uma atuação simples em que a banda esteve a tocar e o público a ouvir, não havendo grande conexão entre os dois, nem uma vontade por parte da banda de interagir com a plateia que os rodeava. O concerto terminou em grande com a música Starbuster, uma das mais conhecidas da banda irlandesa, pondo até a fila de trás a cantar.
De seguida, viajámos até ao palco Vodafone, onde a audiência presenciou todo um espetáculo visual que os transportou para o fundo do mar. No concerto de Anohni and the Johnsons, a mensagem foi diferente, mas também importante: Salvem a Grande Barreira de Corais. O concerto radiou calma e beleza com imagens de debaixo do mar e o intercalar de discursos de biólogos marinhos acerca da importância da preservação do património oceanário.
Ao mesmo tempo, no palco Revolut, a plateia vibrava com Magdalena Bay. A dupla norte-americana apresentou-se expandida no Primavera Sound Porto para interpretar o seu álbum de 2024, Imaginal Disk, aclamado como um dos melhores discos do ano. Os músicos mostraram-se irrepreensíveis, destacando-se a variedade de instrumentos, incluindo um baixo de 5 cordas sem cabeça e um keytar. A vocalista Mica Tenenbaum deu um espetáculo sem igual com várias trocas de roupa e uma energia inconfundível.
O mais esperado concerto da noite chegou ao palco Porto à meia-noite e a cidade abanou assim que Charli XCX o pisou, surgindo da escuridão por detrás das cortinas esfarrapadas da capa de Brat. A cantora britânica mostrou-se uma mestre da sua arte, atuando sozinha, apenas acompanhada pelas luzes e câmeras. Como sempre, não desiludiu, pondo a plateia a saltar e a cantar com ela, tocando os maiores sucessos de Brat e guardando alguns dos seus temas mais antigos para exaltar os verdadeiros fãs.
Fechando o palco sem encore e, mais uma vez, com poucas palavras, deixou o ecrã fazer as despedidas com a afirmação “Brat is forever”, deixando um rasto inesquecível de memórias.
Para terminar a noite, tivemos The Dare com um concerto que prometia, mas que acabou por desiludir. Talvez porque o público tinha já esgotado a energia nos concertos anteriores, talvez porque a presença em palco do cantor norte-americano deixou a desejar.
No segundo dia do Primavera Sound Porto, as cores mudaram drasticamente. Retornámos ao festival, agora com o Parque da Cidade pintado de preto.
Um dos concertos que iniciaram este dia foi a estreia de A Garota Não no festival, no palco Revolut. O seu concerto solarengo aqueceu a multidão para a noite que se seguia, terminando a sua atuação com uma referência a José Saramago.
Com o sol já a descer do céu, assistimos a Aminé no palco Super Bock. Apesar da energia do público estar ideal para a sua atuação, Aminé não tomou proveito destas condições, acabando por desiludir o público que tanto o aguardava. Um concerto com muita dança e pouca música por parte do artista que, animado com a participação do público, se entusiasmou demasiado com os cortes à música para os ouvir a cantar. Tocou uma variedade de músicas da sua discografia, não deixando para trás as mais conhecidas, enquanto saltava às voltas no palco.
Aminé – 13 de Junho
© Hugo Lima | instagram.com/hugolimaphoto | hugolima.com
Logo de seguida, quase sem pausa para descansar, os Beach House subiram ao Palco Vodafone, enquanto Liniker deu início ao seu concerto no Palco Revolout — dois concertos marcantes que confirmaram estes dois palcos como os grandes destaques da noite.
Quanto a Beach House, a emoção que transborda dos sons leves e hipnotizantes da banda é inegável. Um concerto sereno, mas surpreendente, com a música a incidir maioritariamente sobre o 7, a audiência deixou-se levar pela junção de shoegaze, dream pop e psicodelismo. O público foi transportado para o mundo florestal de Twin Peaks com os seus visuais da região montanhosa norte-americana, onde a série foi gravada. Não querendo deixar o seu público sem interação, Alex Scally, dirigiu-se à plateia, recordando o concerto dado em 2008 também no Porto, citando boas memórias de Portugal.
Por outro lado, Liniker nada mais é do que uma mistura de vários sabores, o seu segundo álbum de estúdio “caju” é a representação perfeita dessa combinação satisfatória de MPB, R&B e Pop, bem como processamento em tempo real muito semelhante às práticas do Dub/Reggae.
Com uma banda repleta de músicos excecionais, Liniker é acompanhada por bateria, guitarra, baixo, piano elétrico e duas vozes de apoio. Estes são um reforço crucial para a sonoridade do espetáculo. A fusão entre ancestralidade e amor contemporâneo, quer nas letras, quer nas músicas, foram um mote ao longo do concerto. Assim como uma identidade visual bastante lapidada, onde os figurinos desenhados por Caroline Passos, refletiram a segurança e autenticidade da artista. Nesta noite destacou-se a proeminência da cor verde em todos os integrantes da banda, assim como alguns aspetos gráficos, que, estabeleceram uma coesão audiovisual e conceptual propondo aos espetadores diferentes níveis de sinestesia.
Após uma atuação extremamente técnica e criativa por parte de Liniker, grupos de fãs direcionaram-se ao palco Porto para guardar lugar para o espetáculo do rapper britânico Central Cee, este que deixou muito a desejar como cabeça de cartaz da segunda noite do Primavera Sound Porto. O rapper londrino foi convidado pela segunda vez ao festival e a sua atuação, em comparação com a edição de 2023, continua bastante estática. “Cench” não cantou na maior parte das músicas, preferindo deixar o playback a tocar enquanto andava de uma ponta à outra do palco com muito pouco entusiasmo. Acrescenta-se também o facto que grande parte da atuação é preenchida com as participações dos seus grandes hits, menciono Lil baby, 21 Savage, Skepta e Dave, que por não estarem presentes acabaram por ser integrados através de uma backing track. Esta estava completamente desequilibrada em relação à voz do rapper face o instrumental, fazendo com que essas vozes soassem demasiado “baixas” para o sistema de som mais potente do festival. Por vezes parava a meio do verso para gravar vídeos para os fans ou assinar CDs e t-shirts que haviam sido atiradas ao palco em vez de se concentrar em entregar uma atuação digna do holofote gerado pelo artista nas plataformas de streaming e redes sociais.
Cansados da sonoridade popular em vídeos curtos, alguns fans de Hip-hop abandonaram o concerto de Central Cee a meio para fazerem uma pausa e arranjarem espaço no Palco Revolut onde Denzel Curry iria atuar . Este preparava-se mais uma vez para antagonizar a abordagem performativa do hip-hop mainstream, através da sua energia eletrizante e os seus instrumentais que fazem uma ode ao “dirty south” em King of the Mischievious South.
À semelhança de Central Cee, Denzel Curry também tinha uma disposição cénica bastante simplificada, Denzel e o seu DJ — que também fazia as vocais de apoio — tinham uma sinergia impressionante, o mesmo público que instantes antes esteve parado num concerto de rap passou a ser o público que mais saltava em todo o festival. Denzel apresentou uma hora de muita adrenalina, impressionando com a sua capacidade de interpretar os seus temas mais rápidos usando muito pouco apoio de vocais previamente gravados, o que inevitavelmente fascina os fans, que estiveram durante uma hora a abrir “rodas-punk” enquanto o rapper exigia cada vez mais energia.
Entretanto, no palco Vodafone, observámos uma enchente de multidão para assistir a um dos concertos mais fortes do cartaz desta edição, o de Deftones. Um concerto que deixou até os que ficaram a assistir no topo da colina a abanar a cabeça ao som das vibrações de rock alternativo. A energia, tanto da banda como dos seus admiradores, era palpável e Deftones foram capazes de entregar um dos melhores concertos do festival.
Deftones – 13 de Junho
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Já a chegar à reta final da 12ª edição do Primavera Sound Porto, sentia-se o público ainda a ansiar por mais. A tarde começou com a cantora Maria Reis, que trouxe a sua melancolia para o palco Super Bock e conquistou o público que, apesar de ser o primeiro concerto da tarde, preencheu o espaço relvoso. Pós-concerto, a Rádio Universidade de Coimbra esteve um pouco à conversa com a cantora: https://ruc.pt/podcast/coberturas-ruc/primavera-sound-porto-entrevista-a-maria-reis
De seguida, a banda portuense Nunca Mates o Mandarim, que trouxeram a sua boa energia para o penúltimo dia do festival. Numa edição marcada pela inquietação perante o estado atual do mundo, a banda não ficou de fora em mostrar claramente a sua posição. Depois da sua atuação no palco Vodafone, a Rádio Universidade de Coimbra falou também com a banda na entrevista que se segue: https://ruc.pt/podcast/coberturas-ruc/primavera-sound-porto-2025-entrevista-aos-nunca-mates-o-mandarim
Nunca Mates o Mandarim – 14 de Junho
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Atravessando o relvado até ao palco Revolut, encontrámos uma verdadeira brincadeira no concerto de David Bruno. O artista Gaiense faz sempre questão de incluir a audiência na sua atuação e o Primavera Sound Porto não foi exceção. Ao som de músicas como Redlaine e Vilar do Paraíso, o público fez parte de um verdadeiro espetáculo e ainda teve direito a ir para casa com uma rosa.
David Bruno – 14 de Junho
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Com o sol ainda a brilhar, subiram ao palco Vodafone Parcels. Num concerto verdadeiramente veranil, o público criou um efeito onda com os seus balanços. Os artistas receberam ainda MARO como convidada especial deixando o público ao rubro.
Parcels – 14 de Junho
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Mais tarde no palco Super Bock, as sonoridades mudaram com a atuação de Destroyer. A provar de que apesar de ser o penúltimo dia, ainda havia muita energia, o público dançou e saltou como se não houvesse amanhã aos sons destrutivos desta banda.
Migrando através das colinas para o palco Porto, dançámos ao calor da banda britânica Wet Leg que trouxe o indie rock ao palco principal. O alinhamento dividiu-se pelas já conhecidas músicas do seu primeiro álbum, Wet Leg, e pelas novidades do seu novo álbum que sairá a 11 de julho, Moisturizer.
Com o anoitecer, vieram as irmãs HAIM pisar o palco Vodafone, com um atraso de cerca de dez minutos e uma duração de concerto mais curta do que a prevista. A energia das cantoras era promissora, mas a técnica de som desiludiu, com uma qualidade e projeção muito abaixo do habitual, numa edição que desta vez não foi marcada pelos problemas técnicos. Uma junção de má sorte e pouca presença originou um concerto que deixou muito a desejar.
Mais uma vez, agora no palco Porto, Jamie xx não conseguiu exaltar o público e, sozinho num palco imenso, pareceu mostrar que atuar não é o seu ponto forte e insistiu em esconder-se atrás da sua mesa de mistura, abandonando a sua audiência.
Em contraposto, a banda Turnstile, que subiu ao palco Vodafone já na primeira hora do dia seguinte, pôs todo o público a dançar. O concerto até levantou pó com o mosh e houve ainda espaço para crowdsurfing. Um concerto que repôs a energia da audiência, que saiu do penúltimo dia até com a ponta dos dedos a vibrar.
Turnstile – 14 de Junho
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O terceiro dia do festival foi até então o mais comprido, o palco Vodafone encerrou com uma performance live de Floating Points que, apesar de começar às 03h00, não perdeu a presença do público, que por sua vez ficou encantado com o som do DJ e produtor britânico. Através de um subgrave bem preenchido e adequado aos elementos da bateria, Samuel Shepherd contagiou os presentes, incentivando a dança ao público que não deixava um único espaço por preencher na plateia. Em palco, para além do artista era possível ver mais uma pessoa, sendo esta responsável pelos visuais apresentados. Estes por sua vez centrados na presença das cores vivas e do movimento, acompanhavam a componente rítmica e melódica dos temas apresentados, sintetizando o processo de experimentação em tempo real idealizado pelos artistas.
O último dia do Primavera Sound Porto abriu portas ao final da tarde de domingo com uma programação dedicada exclusivamente a música eletrónica com DJs como Catarina Silva, HAAI, Mura Masa (DJ set) e Paul Kalkbrenner.
A representação do cenário de musica eletrónica local em contraste com os artistas internacionais no maior festival da cidade do Porto.
Nos primeiros 3 dias da edição de 2025 do festival Primavera Sound Porto, houve uma curadoria e programação direcionada para a “Rave Culture” nacional no palco Cupra Pulse. Apesar da presença de alguns dos nomes mais proeminentes no cenário underground, a integração do espaço no festival como um todo gerou algumas reticências por parte do publico e também dos artistas.
O palco Cupra Pulse surge como uma alternativa, quiçá solução, para uma parte do publico que sentiu a necessidade de outros formatos em comparação com a proposta apresentada pelas bandas presentes nos restantes palcos do festival.
Situado logo a seguir à zona das barracas de merchandising, bar e restauração, em direção ao palco Vodafone, era possível avistar uma área fechada e sem cobertura. Apresentava uma pista de dança repleta de espelhos, sugerindo uma perspetiva mais ampla do espaço, enquanto fornecia alguma segurança para o publico, para que este estivesse ciente de quem o rodeava. O sistema de som, montado com altifalantes à entrada, e no palco, preenchia a área da plateia por completo e em conjunto com a estrutura pré-fabricada conseguiam cancelar o ruído gerado pelos palcos adjacentes e, simultaneamente atenuavam parte da informação transmitida para o exterior. Esta dinâmica, do ponto de vista logístico e acústico beneficiou bastante o festival, mas, condicionou a experiência dos espectadores, tendo em conta que sempre que entravam nessa área acabavam por ficar desconectados com o resto do recinto. É de notar que a lotação máxima do espaço era de 250 pessoas, o que gerou filas numerosas em todas as noites do festival. Os horários foram pouco divulgados e não favoreciam a proposta de alguns dos DJs contratados.
Verificou-se uma tendência particular em relação à dinâmica e integração do palco no contexto do festival. A lotação variava bastante, haviam momentos de pico durante as noites e geravam filas desconfortáveis. Mas, durante as tardes o espaço era pouco frequentado. Na sua maioria o publico era composto por grupos que estavam a fazer tempo para os concertos que iriam começar nos palcos principais ou a aguardar pelos amigos que ainda estavam por chegar.
Esta dinâmica foi boa para introduzir alguns DJs a um publico amplo e variado, mas, por outro lado, as características do espaço podiam ser mais otimizadas para essa finalidade. Através de uma comunicação mais completa e direta seria possível apresentar e divulgar com mais vislumbre os DJs que correm as pistas de dança alternativas do país.
A Programação e curadoria foi muito importante para a integração de artistas do cenário local ,a presença de DJ Narciso, King Kami, Noia, Saya, Runnan, Pedro da linha, DJ Princesa e Maki foi muito importante para sintetizar a multiculturalidade das pistas portuguesas. Noia, em entrevista para a RUC afirma ainda ser um processo em construção, embora possa reconhecer os avanços realizados no âmbito nas ultimas edições do Primavera Sound Porto e os restantes macro festivais realizados em Portugal: https://www.ruc.pt/podcast/coberturas-ruc/primavera-sound-porto-2025-entrevista-noia
No entanto, King Kami admira os avanços da musica periférica brasileira no panorama internacional, bem como a presença de emigrantes como ela nestes mesmos espaços:
https://www.ruc.pt/podcast/coberturas-ruc/primavera-sound-porto-2025-entrevista-king-kami
Esta edição, marcada pela inquietação, mais uma vez nos mostrou que o Primavera Sound Porto é uma força no mundo dos festivais, vindo para esta cidade para ficar. Os concertos a que pudemos assistir ficaram na memória e, por agora, aguardamos ansiosamente para a próxima edição, quando as portas do Parque da Cidade se voltarem a abrir para celebrar a música.
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