AUTOR: Isabel Simões

DATA: 06.08.2021

DURAÇÃO: ...

O Programa Europa Criativa tem, pela primeira vez, uma linha de apoio aos órgãos de comunicação social. A Comissão Europeia quer combater a desinformação que grassa na Internet, em especial nas redes sociais e por isso o programa “Europa Criativa” tem, pela primeira vez, uma linha de apoio aos órgãos de comunicação social.

Se até aqui o programa apoiava sobretudo a vertente MEDIA mapeada no cinema e no audiovisual e tudo o que não fosse cinema e audiovisual estava na vertente Cultura, agora o eixo Transectorial tem, pela primeira vez, uma linha de apoio aos chamados ‘newsmedia’ ou seja aos órgãos de comunicação social.

De acordo com Sara Machado, do Centro de Informação Europa Criativa, os apoios partem da premissa de combate ao “flagelo” da desinformação e das notícias falsas e também da necessidade de continuar a garantir os valores Europeus da liberdade de expressão e da democracia.

Até 2027 vão ser abertas anualmente linhas de financiamento que vão abarcar parcerias jornalísticas, literacia mediática e bolsas para os jovens de comunicação social. Este ano, já estão em curso as candidaturas aos apoios de parcerias jornalísticas. O prazo de submissão termina a 26 de agosto.

De acordo com Sara Machado, para além dos apoios definidos no Europa Criativa, a Comissão Europeia foi mais longe e definiu uma estratégia de apoios aos ‘newsmedia’ que incorpora outros programas. A inovação nos meios de comunicação social foi incluída no programa Horizonte Europa, o apoio ao investimento, através de empréstimos mais favoráveis, no Invest EU e os projetos de índole mais tecnológica no Digital Europe.

A Comissão pretende promover a resiliência e a partilha de boas práticas entre órgãos de comunicação social. A responsável pelas vertentes Cultura e Transectorial do Europa Criativa explica os objetivos da estratégia que a Comissão Europeia desenvolveu ao disponibilizar os quatro programas.

As candidaturas aos apoios do Europa Criativa têm de ter dimensão europeia e para isso devem incluir parcerias com entidades sediadas em, pelo menos, três países da UE. Os apoios europeus rondam os 80 por cento a fundo perdido e a outra parte cabe às entidades. Para concorrerem as entidades, públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, têm de estar registadas numa plataforma com link disponível no site do Europa Criativa.

Jorge Brito, secretário Executivo Intermunicipal da CIM Região de Coimbra, esteve na sessão presencial de abordagem dos apoios da UE aos órgãos de comunicação social e expressou a disponibilidade dos serviços da CIM Região de Coimbra para apoiar as candidaturas. “O que queremos é que haja recursos para o território”, disse.

Rita Fortunato, assessora de imprensa da Representação da Comissão Europeia em Portugal, esteve presente no encontro. A ex- jornalista salientou a importância dos órgãos de comunicação social locais e regionais na abordagem dos problemas sentidos pelas populações. Lembrou ainda que continua a ser bom jornalismo “fazer perguntas e colocar o contraditório”, o que ajuda a formar cidadãos mais resilientes no combate à desinformação.

O encontro teve lugar na sexta-feira, dia 23 de julho no Museu Nacional Machado de Castro e contou com a organização do Europe Direct Região de Coimbra e de Leiria.

A técnica esteve por conta de Tiago Gama

Infografia: Europa Criativa