AUTOR: Isabel Simões

DATA: 22.06.2022

DURAÇÃO: ...

A obra contém 30 histórias de ação da polícia política portuguesa, entre a década de 40 e 70 do século passado. A grande maioria das histórias aconteceu em Coimbra e dão-nos a conhecer a importância estratégica dos informadores no carrear da informação para a polícia política do Estado Novo.

O livro “A Pide – Casos e Processos” de Paulo Marques da Silva foi apresentado no último sábado, dia 18, na Casa da Escrita.

O autor mostra-nos que, ao contrário do que muitas vezes se afirma, o Portugal do tempo do Estado Novo, “não foi um país de Brandos Costumes”, lembrou Luís Reis Torgal presente na sessão.

São histórias com sentido, que nos dão a conhecer uma das realidades mais duras do Estado Novo, a ação da sua polícia política. (…), escreveu Luís Reis Torgal no prefácio da obra “A Pide – Casos e Processos”.

Coube a Augusto Monteiro fazer a apresentação do livro editado pela Palimage. “A cultura da denúncia marcou de maneira trágica a História de Portugal e abalou o sentido ético dos portugueses”, disse. Augusto Monteiro deu conta de algumas das anotações que constam nos processos e que o livro transcreve.

Tendo retratado “tempos estranhos para os dias de hoje”, o autor revelou-nos que procurou histórias com alguma carga de ironia, dentro daquilo que os documentos permitem, pois todas as histórias são baseadas em documentos, e deu exemplos.

A rede de informadores espiava tudo e todos e de entre eles houve um que se destacou na cidade, conta Paulo Marques da Silva.

De acordo com Luís Reis Torgal, “A Pide – Casos e Processos”, não trata de um conjunto de textos sem significado, apenas para “passar o tempo”. “ São histórias com sentido, que nos dão a conhecer uma das realidades mais duras do Estado Novo, a ação da sua polícia política”.