AUTOR: Isabel Simões

DATA: 06.01.2024

DURAÇÃO: ...

No início do ano começaram a funcionar as 31 novas Unidades locais de Saúde (ULS) tendo o país ficado coberto por 39. A ULS de Coimbra é uma das novas unidades que integra numa mesma entidade os cuidados prestados pelos centros de saúde e pelos hospitais.

A Saúde não tem saído da agenda dos órgãos de comunicação social nacional pela pressão que as doenças respiratórias têm exercido na urgência dos hospitais. Coimbra não é exceção, o início do ano na nossa cidade também está a ser marcado pelo tema da Saúde.

Da pressão sobre as urgências e das medidas que a nova Unidade Local de Saúde de Coimbra, tomou para diminuir essa pressão têm falado os vários órgãos de comunicação social e há no sítio da Internet da Rádio Universidade de Coimbra notícias sobre o assunto. Lembramos que os Centros de Saúde da Cidade estão abertos hoje sábado (6) e amanhã domingo (7) desde as dez da manhã até às seis da tarde.

No primeiro programa de 2024 abordamos o tema da saúde da perspetiva de quem decide as políticas e de quem define  operações. Para atingir esse fimouvimos excertos das intervenções de responsáveis na cerimónia de acolhimento dos internatos farmacêutico e médico. Cerimónia que teve lugar no Convento São Francisco na quarta-feira, dia 3 de janeiro.

Alexandre Lourenço, presidente do conselho de administração da nova Unidade Local de Saúde de Coimbra participou na sua primeira cerimónia pública como responsável da nova ULS de Coimbra. As novas instituições vão, no entendimento do responsável, “mudar os cuidados da região e do país”. Alexandre Lourenço esclareceu que o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra é o único que garante todas as valências farmacêuticas.

Francisco Goiana da Silva representou na cerimónia a direção executiva do SNS, o jovem médico lembrou a criação do Serviço Nacional de Saúde por pessoas imbuídas do ideal do “altruísmo”. Francisco Goiana da Silva congratulou-se com o sétimo lugar de Portugal, no que ao SNS diz respeito, no contexto dos países da OCDE, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento.

Já o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Hélder Mota Filipe, deixou algumas recomendações sobre contratação de farmacêuticos pelos serviços públicos de saúde. Hélder Mota Filipe considerou a residência farmacêutica como entrada natural para a profissão.

O presidente da Comissão Nacional para a Residência Farmacêutica, Carlos Maurício Barbosa, lembrou o momento que viveu no Convento São Francisco na apresentação do livro “Salvar o SNS Uma nova Lei de Bases da Saúde para defender a Democracia” da autoria do médico e deputado pelo Bloco de Esquerda, João Semedo e do pai do SNS, o socialista António Arnaut. Explicou que cada residente vai ter um tutor especialista que o vai acompanhar durante quatro anos. Os residentes devem passar nos diversos serviços hospitalares e “ninguém deve auto-excluir-se”, disse.

Manuel Pizarro, ministro da Saúde, proferiu por ventura o mais longo discurso antes de deixar o cargo do Governo em gestão. Lembrou que para as 139 vagas do internato farmacêutico concorreram mais do dobro dos candidatos. O ministro da Saúde não deixou de enfatizar a importância das novas Unidades Locais de Saúde, das quais a de Coimbra é uma das maiores. O responsável pelo Ministério da Saúde desafiou ainda os residentes farmacêuticos a não terem medo “das mudanças e da inovação”.

Para o internato médico nacional foram admitidos 3 777 médicos. O presidente do conselho de administração da nova ULS de Coimbra, Alexandre Lourenço, deixou um desafio – Que nos próximos três anos 80 por cento do programa de internamento médico da ULS de Coimbra esteja entre os cinco mais procurados do país.

O coordenador nacional do internato médico, João Carlos Ribeiro, deixou desafios e fez propostas à tutela, o Ministério da Saúde. Propôs que o internato médico possa acontecer também nos PALOP, os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e nos hospitais dos territórios de baixa densidade em que a Ordem dos Médicos identifique condições para se realizar.

Quanto ao bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, exigiu condições para os novos médicos internos. Exigiu também aos decisores capacidade de planeamento e antecipação não aconteçerem no próximo inverno as dificuldades que os portugueses estão a sentir no início de 2024.

Por fim, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, enalteceu a nova reorganização do SNS e instou todos a serem mais audazes na inclusão da formação do internato médico nos hospitais de territórios de baixa densidade. Além disso, Manuel Pizarro desejou que as reformas em curso não sejam interrompidas.

Fotografia: CHUC – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra