AUTOR: Isabel Simões E Diogo Barbosa

DATA: 31.03.2022

DURAÇÃO: ...

“60 anos de Lutas Estudantis, do Passado ao Futuro” foi tema de colóquio na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC) no dia 28 de março.

A rubrica “5 minutos na vida de um bacano” do Café Olé desta quinta-feira, dia 31 de março foi alargada no tempo e trouxe as opiniões de alguns dos intervenientes sobre os movimentos estudantis e os desafios que se colocam aos estudantes e à Universidade de hoje.


A organização do colóquio tinha convidado o malogrado presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC) para a conferência. Antes de dar início aos trabalhos Miguel Cardina lamentou  “profundamente o trágico desaparecimento de Cesário Silva, presidente da DG/AAC” e endereçou “as suas mais sentidas condolências à sua família, amigos e colegas.”

Organizado pela Cultra, pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Centro de Documentação 25 de Abril e Instituto de História Contemporânea, o colóquio desenrolou-se ao longo do dia, estando estruturado em três painéis: “os movimentos estudantis e as lutas contra a ditadura e o colonialismo” de manhã, as “lutas estudantis na democracia” e “o movimento estudantil e a juventude –  hipóteses e caminhos”, durante a tarde.

Os vários conferencistas procuraram contar a história dos movimentos estudantis desde a década de 1950 até aos nossos dias. Ao mesmo tempo deram uma perspetiva das alterações ocorridas na sociedade por influência dos movimentos de estudantes. Também não esqueceram a forma como a própria sociedade influencia as reivindicações estudantis de hoje.

Pedimos a Miguel Cardina que nos falasse um pouco da associação Cultra e enumerasse as principais conclusões do colóquio. Já Fernando Rosas deu-nos uma perspetiva dos principais problemas da Universidade atual. Durante a iniciativa Elísio Estanque mencionou o abrandamento da luta dos movimentos estudantis e apontou razões.

Ana Drago deu-nos uma perspetiva da Lista E. Liderada por António Vigário, a lista venceu as eleições para a DG/AAC em 1992 e fez a diferença na luta contra as propinas.

João Mineiro dissertou sobre como tem diminuído a participação dos estudantes nos órgãos de gestão das Instituições de Ensino Superior e deu-nos uma ideia de possíveis lutas de futuro do movimento associativo.

Algumas das dissertações da iniciativa “60 anos de Lutas Estudantis, do passado ao Futuro” vão passar em antena no programa “Há Vida(s) Nesta Cidade!” para celebrar Abril.

Programa realizado na FEUC:

10.30h-12.30h: Os movimentos estudantis e as lutas contra a ditadura e o colonialismo – Moderação: Luís Farinha

– Álvaro Garrido «O movimento estudantil de 1962: Coimbra e Lisboa, imagens e significados»
– Fernando Rosas «As três épocas do movimento estudantil contra a ditadura (1956-1974)»
– Rui Bebiano «Culturas de rebeldia e luta estudantil no final do regime»
– Cláudia Castelo «Os alicerces e as pontes da Casa: anticolonialismo, oposição à ditadura e luta estudantil»

14.30h-16.30h: As lutas estudantis na democracia – Moderação: Pedro Réquio

– Luísa Tiago de Oliveira «Estudantes e Revolução. A saída das escolas»
– Ana Drago «Movimento anti-propinas: Estado, Europa e partidos na politização da juventude universitária dos anos 90»
– Elísio Estanque «Tradições académicas e democracia: do anti-ativismo às novas lutas estudantis»
– João Mineiro «O Ensino Superior no século XXI: da gestão democrática à pós-democracia gestionária»

17h-19h: O movimento estudantil e a juventude: hipóteses e caminhos – Moderação: Miguel Cardina

Com Ana Rita Brás, Ana Teresa Fonseca, Pedro Falcone

Fotografia: gentileza da FEUC