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Mário Domingos: “Há uma desvalorização da cultura que se produz e que se tenta preservar dentro da Academia”

A noite da Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra (SF/AAC) na Praça da Canção, os projetos da secção (que envolvem o lançamento de discografia variada até ao fim do ano) e a captação de novos membros para os diferentes grupos estiveram em destaque na conversa especial sobre a Academia.

O comentário do programa Observatório de segunda-feira, 25 de outubro, contou com a participação de Mário Domingos, aluno do Mestrado em Economia da Universidade de Coimbra e tesoureiro da Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra (SF/AAC).

“Há uma certa marginalização dos grupos académicos”

Mário Domingos sublinha que, na edição deste ano, a atitude que a Comissão Organizadora da Queima das Fitas 2021 acaba por marginalizar os grupos académicos. O estudante e membro da SF/AAC afirma que a questão do horário tardio a que os grupos atuam, “é um desrespeito pela cultura de Coimbra que tentamos preservar”. Mário Domingos realça que após os concertos das bandas e artistas convidados, em horário nobre, os estudantes dispersam, dirigindo-se para a zona das barracas dos núcleos e perdem as atuações dos grupos académicos.

Capas ao Luar, Estudantina Universitária de Coimbra, Orquestra Típica e Rancho, Grupo de Cordas, Estudantina Feminina e Orxestra Pitagórica são os grupos da Secção de Fado que atuam segunda-feira no palco principal das noites da Queima das Fitas. Segundo Mário Domingos, cada atuação terá a duração de “meia a uma hora” sendo que “as atuações se prevêem iniciar à meia-noite e prolongam-se até às cinco da manhã”. Para a noite de hoje, o tesoureiro da Secção de Fado da AAC prevê que não haja tanta afluência pois, à semelhança de outros anos anteriores, a noite de segunda-feira é um dia de descanso para os estudantes, após o fim de semana de cortejo e das noites na Praça da Canção.

“Quem realmente estiver interessado em ouvir a cultura de Coimbra faz questão de dizer sim e estar presente no dia de hoje”

Sabendo tratar-se de uma noite com menos adesão, Mário Domingos espera que os colegas contrariem a tendência com o bilhete pontual a preço simbólico de três euros. O convidado adiantou ainda que os grupos vão apresentar um repertório clássico.

Segundo o estudante, o projeto de lançar um álbum por cada grupo da SF/AAC esteve incluído na comemoração dos 40 anos da secção mas a pandemia veio adiar as intenções dos estudantes porém Mário Domingos promete o lançamento de diversos álbuns musicais ainda este ano.

Com o alívio das restrições, Mário Domingos afirma que começa o processo de normalizar a captação de novos membros para e congratula-se com o facto de alguns grupos académicos como a Estudantina, a Orquestra Típica e Rancho terem recebido vários membros novos ao longo do ano.

“A Secção de Fado continua a afirmar-se como guardiã da tradição musical de Coimbra”

Mário Domingos sublinha ainda o papel que a secção tem na Academia pois, para além de ser parte da tradição musical, afirma-se como transmissora de uma atitude digna do estudante perante a praxe, a universidade e a cidade.

O estudante considera ainda que uma revisão do modelo da Queima das Fitas, a dignificação dos grupos académicos e a concentração da atividade praxista podem beneficiar a imagem e dignidade do estudante perante a cidade e os “futricas”.

O comentário pode ser escutado na íntegra no link acima ou no Spotify da RUC.

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