Rui Sá Frias: “Parte-se da premissa que SAD é dinheiro e dinheiro é subida de divisão. Não é assim”

O primeiro a falar aos microfones da Rádio Universidade de Coimbra foi Rui Sá Frias, cabeça-de-lista da candidatura da Lista B à direção da Associação Académica de Coimbra / Organismo Autónomo de Futebol. O representante maior do projeto “Seremos de Novo Briosa” é ainda vice-presidente do clube, mas, apesar de integrar uma lista de que fazem parte muitos elementos da direção ainda em funções, Sá Frias garante que não defende uma continuidade.

À exceção da parte financeira, o candidato quer que tudo mude na Académica – desde a pasta da comunicação, em que diz vir de um “mau mandato”, até à componente desportiva.

Mudança de modelo societário é para pensar “com calma” só depois de uma subida de divisão: “Estamos num momento de valorizar a marca. Uma equipa da Liga 3 vale 1/10 de uma equipa da Liga 2”

A discussão SAD vs SDUQ é a que mais tem feito correr tinta ao longo da campanha (e, como agora, tem-no sido na última década). Depois de ter integrado uma lista que defendia uma Sociedade Anónima Desportiva com investidores da região, Rui Sá Frias dá um passo atrás e diz que a discussão não é para agora, sublinhando que há formas de fazer crescer a receita (diz querer aumentá-la em 500 mil euros por ano) e que mesmo os outros candidatos não apresentam nenhuma solução imediata.

Mas se o objetivo é ascender aos campeonatos profissionais, desvalorizar a marca com nova descida de divisão não deixa de ser uma possibilidade. Rui Sá Frias descarta completamente uma queda ao Campeonato de Portugal e frisa que a Académica tem neste momento estrutura para garantir que tal não acontece.

Depois de subir à Liga 2, a história passa a ser diferente. Aí, o candidato diz que se pode começar a discutir a SAD, mas com maior prudência.

Sá Frias quer subir de divisão e fala num aumento do orçamento da equipa principal em 40%

Prometer uma subida de divisão é impossível, diz o candidato da Lista B, porque aí estaria a avançar com algo que não consegue controlar. No entanto, Rui Sá Frias defende que “vai fazer tudo bem” de forma a que a passagem à Liga 2 seja “consequência natural” do trabalho realizado.

O ainda vice-presidente da Académica mostra-se crítico da visão desportiva da direção atual, presidida por Miguel Ribeiro, pese embora queira manter o mesmo treinador e o diretor desportivo (tendo aliás sido contra a contratação de David Caiado num primeiro momento). O candidato nota que o problema não foi com as pessoas que ocuparam os cargos, mas sim com a forma como as coisas foram feitas e dá primazia a uma visão alicerçada na “liderança” e no scouting.

Embora defenda um plantel mais curto, de forma a que consigam encaixar-se jogadores da formação (que devem ter uma adaptação mais harmoniosa na equipa principal adaptando o modelo de jogo de forma transversal aos conjuntos da Académica), Rui Sá Frias não acredita que todos os anos se possa contar com o mesmo número de atletas vindos do Bolão. O objetivo passa por promovê-los, dar-lhes espaço e rentabilizar o trabalho que é feito nos escalões mais baixos.

IFAPT é para expandir. Novas facetas do programa não são bandeira da candidatura e só passam se aprovadas pelos sócios.

A Lista B ainda abordo o “programa internacional”, que tem sido alvo de interesse da RUC ao longo dos últimos anos. Sá Frias garante que as coisas estão a correr bem e que, enquanto a parceria continuar a trazer benefícios para ambas as partes, é para continuar.

A candidatura não se vincula a outros planos que Elvis Goes, representante da IFAPT, tenha na Académica para além da parte formativa e assegura que novos avanços têm de ser aprovados pelos sócios.

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