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28.04.2025POR Isabel Simões

Entre espanto e algum receio, conimbricenses viram comércio ir fechando com o apagão

AAC fechou secretaria e serviços de reprografia. Na cidade grandes superfícies foram fechando e conimbricenses procuraram os pequenos supermercados e lojas de conveniência para se abastecerem de água, alguma fruta e enlatados.

Falta de luz generalizou-se nas habitações, comércio e instituições sem backup de energia. Infraestruturas prioritárias como os Hospitais asseguraram serviços com recurso a sistemas de emergência.

Segundo a Agência Lusa o Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra acionou o Gabinete de Crise e ativou o plano de contingência na sequência do apagão energético que atingiu Portugal e Espanha, revelou a instituição. Já as ULS acionaram os planos de contingência para fazer face ao apagão, mas pelas 16h30 não havia registo de incidentes.

Bombeiros e forças de segurança têm meios de comunicação próprios e usaram-nos para comunicar entre si, face à impossibilidade de utilizar o telemóvel.

A preocupação dos bombeiros centrou-se na procura de postos de combustível com geradores próprios, para garantir abastecimento em caso de necessidade. O corpo esteve de prontidão e foi essencial para retirar pessoas que ficaram fechadas em elevadores.

Secretaria e reprografia da Associação Académica de Coimbra fecharam por impossibilidade de prestar atendimento. Vice-presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra, José Machado, conta à RUC que se tratou de uma situação preventiva.

As direções das escolas de Coimbra puderam decidir se as condições permitiriam continuar abertas.  Na Escola Jaime Cortesão a diretora do Agrupamento de Escolas Coimbra Centro  contou à RUC que nas 26 escolas que tutela os alunos almoçaram e as aulas continuaram, apenas alguns pais entenderam vir buscar os filhos. Quanto às aulas da noite na Jaime Cortesão admitiu que poderiam não se realizar.

Na Rua da Sofia, alguns cafés e lojas foram encerrando. Com os produtos a não poderem ser refrigerados, surgiram preocupações quanto ao eventual estrago das mercadorias.

Na Praça 8 de Maio a Óptica deixou de ter condições para trabalhar. A diretora técnica não tem memória de uma situação igual.

Um artista plástico da baixa da cidade deixou de poder ligar o forno para cozer as peças, pelo que vai moldando o barro até chegar a eletricidade.

Na loja de roupa do senhor Rogério a falta de luz impossibilitou o atendimento. Já a Maria Alice Ribeiro procurou algumas alternativas para continuar a servir os clientes.

Os mini-mercados e as pequenas lojas de bairro mantiveram-se abertas para servir os clientes habituais e aqueles que não puderam servir-se nas grandes superfícies.

Encontrámos vários estudantes desprevenidos e um pouco assustados com a situação.

À hora dos telejornais a energia regressou à cidade de Coimbra. Resta esperar por amanhã para fazer o balanço dos prejuízos de um dia em que o digital deixou de funcionar.

Segundo a REN (Redes Energéticas Nacionais), a falha de rede elétrica nacional deveu-se a um problema de oscilação de tensões em Espanha, de onde Portugal estava a importar energia. Ainda assim, aguardam-se mais explicações nos próximos dias.

O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, fala ao país hoje à noite.

 

 

 

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