Câmara de Coimbra inaugura “Espaço Energia” para esclarecer apoios à pobreza energética

Estratégia Nacional de Longo Prazo para o Combate à Pobreza Energética 2023-2050 (ELPPE) estima que entre 1,8 e 3 milhões de pessoas estejam em situação de pobreza energética em Portugal. Por definição pobreza energética prende-se com a falta de capacidade que temos em aquecer de forma conveniente a casa no inverno ou arrefecê-la no verão.

Com o atendimento direto ao público o Município de Coimbra pretende disponibilizar uma estrutura que responda a muitas das dúvidas da população sobre energia. Neste novo balcão vai ser possível fazer aconselhamento, interpretar dados sobre consumo energético, ou fazer avaliações energéticas dos edifícios.

O diretor do Departamento de Ambiente e Sustentabilidade da Câmara de Coimbra, António Martins, explicou as principais funções do novo balcão e revelou a apresentação de uma nova candidatura ao Fundo Ambiental.

Para além do atendimento direto, a Câmara de Coimbra está também a desenvolver iniciativas na área das comunidades de energia renovável. Sobre este tema, o responsável camarário mostrou-se preocupado com os dispositivos legais que dificultam a operacionalização destas comunidades por parte das autarquias.

Apesar dos obstáculos, a Câmara de Coimbra está a trabalhar, em conjunto com a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, num projeto comum que visa encontrar um modelo viável para o desenvolvimento destas comunidades de energias limpas.

Cerimónia de inauguração do Balcão de Energia decorreu ontem no Mercado D. Pedro V e contou com a presença do secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa, do presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, vereadores e responsáveis pelos serviços camarários.

Recorde-se que em novembro do ano passado o jornal Expresso noticiou que no “Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis (PAE+S), apenas 23% das candidaturas tinham sido apreciadas”.

À margem da cerimónia, o governante declarou à RUC compreender a preocupação dos candidatos. Adiantou que a herança de 80000 candidaturas para apreciar com apenas cinco pessoas na Secretaria Geral do ministério do Ambiente, tornou “humanamente impossível” realizar o pagamento de todos os apoios.

Contudo, garantiu que o ministério fez “um grande esforço”, estabeleceu parcerias com universidades e procedeu à contratação de pessoal. Esta iniciativa permitiu que, em dezembro, mais de 40 mil candidaturas já estivessem analisadas, e que nas próximas semanas o processo esteja praticamente concluído.

No novo espaço, os conimbricenses poderão encontrar informação útil sobre poupança de energia, eficiência energética, energias renováveis, mobilidade sustentável, bem como incentivos e financiamentos disponíveis.

Além disso, os cidadãos poderão aprender a interpretar a fatura de energia, perceber como poupar no consumo doméstico, adotar soluções mais eficientes e conhecer os apoios existentes para tornar a sua habitação mais sustentável.

 

Fotografia: Câmara de Coimbra