Ana Antunes
03.04.2025POR Rodrigo Oliveira

Edifício Chiado convida visitantes a vaguear o olhar por diferentes coleções

Os visitantes têm à disposição obras de vários tipos, desde a pintura, o desenho, a fotografia, a escultura, o vídeo. O convite é vaguear o olhar nas criações artísticas, a maior parte às mãos de mulheres, numa exposição que celebra Abril no Feminino. Mas fica uma questão: será que a arte tem género?

O Edifício Chiado abriu as portas à exposição “O Vaguear do Olhar”, um conjunto de obras de quatro coleções diferentes. A inauguração, que teve início às 18 horas, contou com discursos do vice presidente da Câmara Municipal de Coimbra(CMC), Francisco Veiga, a organizadora do “Abril no Feminino”, Margarida Mendes Silva e da curadora da mostra, Ana Antunes.

Um dos acervos é de Ana Antunes e de António Albertino, um casal que reuniu vários trabalhos de diferentes campos artísticos, em “diálogos improváveis”, como refere a curadora. A maior parte das criações vem de artistas femininas, numa exposição inserida no evento “Abril no Feminino”,  ainda assim Ana Antunes lança aos visitantes uma reflexão sobre se a arte tem género.

A exposição, que se estende por dois pisos, mostra pinturas e desenhos de Paula Rego, Ana Vidigal e Antony Gormley, fotografias de Candida Hofer e Vasco Araújo, esculturas de Julião Sarmento e Graça Pereira Coutinho, entre outros artistas. As obras convidam os visitantes a vaguearem o olhar e a tirarem as suas próprias conclusões.

Uma das obras, uma estatueta chinesa de uma mulher, tem como legenda uma frase de Clarice Lispector: “Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome”. Para Ana Antunes, “há múltiplos olhares de artistas, todos eles diferenciados e indiferenciados”, apesar de existir uma urgência em dar visibilidade às mulheres. A curadora acrescenta ainda que, para si, a arte não tem género.

Ana Antunes conta que a Coleção AA (Ana e António) começou por volta dos anos 90, não como um acervo público, mas sim como uma coleção privada que foi alargada ao longo das décadas. Para a curadora, “só faz sentido ter uma coleção se a arte for para ser exposta”. Esta é a justificação para a exposição, que mostra trabalhos que, apesar de diferentes, dialogam entre si e o programa: foi necessário um espaço como o Edifício Chiado para albergar tanta variedade.

A exposição conta com cerca de 40 obras de mais de 30 artistas. A entrada é gratuita e vai estar disponível até 13 de julho, nos horários habituais do Edifício Chiado.

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