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“Ditadura, Revolução, Democracia – 25 de Abril: Rumo ao Cinquentenário” abre horizontes aos mais novos

A exposição que inaugurou em 26 de fevereiro nos 19 municípios da CIM da Região de Coimbra foi concebida para públicos do ensino básico e secundário e esclarece sobre como foi Portugal em ditadura e como mudou com a revolução para a democracia.

O processo de escolha das temáticas a abordar “não foi fácil”, e ainda para mais envolvendo seis investigadores com diferentes personalidades, com formação em história contemporânea, mas com especializações diversas, esclarece Clara Serrano, do Centro de Estudos Interdisciplinares-CEIS20 da Universidade de Coimbra.

Segundo a investigadora foram dois a três meses só de debate até chegar às decisões finais sobre o conteúdos dos 10 painéis “roll-up” presentes em Coimbra na Sala do Catálogo da Casa Municipal da Cultura.

O primeiro painel esclarece o que foi a ditadura do Estado Novo não esquecendo o contexto internacional.

O painel de investigadores partiu dos problemas complexos com que o regime se debateu e quais as respostas que encontrou ou não. As lutas da oposição democrática, os problemas das guerras coloniais, da emigração dos anos sessenta do século passado estão mapeados na exposição. Tudo isto tendo em conta o público alvo: os alunos do ensino básico e secundário.

Não falta o golpe militar e todos os acontecimentos desse dia 25 de Abril de 1974. A exposição passa pelo “verão quente de 1975”, o período do Processo Revolucionário em Curso (PREC) e aborda também a importância do 25 de novembro de 1975 e depois como tudo acaba por desembocar “na democratização do país”.

Democratização que procurou aplicar aqueles que foram dois dos três D’s do programa do Movimento das Forças Armadas: Descolonização e Desenvolvimento.

Duas alunas da licenciatura em Arte e ‘Design’, agora diplomadas, Carolina Remígio e Madalena Rodrigues, conceberam o ‘design’ da exposição com o patrocínio do diretor do curso Pedro Maia.

Para a RUC falaram da maior dificuldade face à quantidade de informação que tinham para mostrar.

As alunas chamam a atenção para a importância de aceder aos ‘QR Code’ constantes nos painéis para que as novas gerações conheçam muitas das histórias do que se passou. Destacam ainda a importância do ato de votar, ato que afirmam está um pouco arredado da sua geração.

Foram várias as “portas que Abril abriu”, desde logo a liberdade, o fim da censura prévia. Mas também a liberdade de costumes. O último painel mostra como a novela brasileira “Gabriela” alterou as mentalidades e de como contribuiu para o país deixar de ser monocolor.

Essa transformação foi, segundo Clara Serrano, “uma transformação de costumes” num país “extremamente conservador”, onde  a libertação da mulher e a sexualidade eram reprimidas.

A exposição é dinamizada pela Rede Intermunicipal de Bibliotecas da Região de Coimbra e tem apoio institucional da Comissão Comemorativa dos 50 Anos do 25 de Abril. O presidente da CIM da Região de Coimbra, Emílio Torrão, revelou à RUC que o municipalismo foi, do seu ponto de vista, uma das maiores conquistas de Abril. “Uma forma de estar na política em proximidade”, disse.

O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, lembrou que “a Democracia nunca está garantida” e sublinhou a importância do voto no dia 10 de março.

Na conferência de imprensa de 26 de fevereiro marcaram ainda presença António Cerdeira, do Plano Nacional das Artes e Sílvia Espada, da Escola Superior de Educação de Coimbra;

Ditadura, Revolução, Democracia – 25 de Abril: Rumo ao Cinquentenário” vai estar patente na Sala do Catálogo da Biblioteca Municipal de Coimbra até dia 28 de abril. E claro nos 19 municípios da CIM Região de Coimbra.

Fotografia: Biblioteca Municipal de Coimbra

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