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09.02.2024POR Arianna Angioli

Bloco de Esquerda apresenta candidatura para as Eleições Legislativas de 2024 com “propostas claras”

Miguel Cardina, cabeça de lista por Coimbra, destacou a questão da habitação, a luta pela justiça climática e a situação da saúde pública. Mariana Mortágua, coordenadora nacional do BE, apresentou medidas para enfrentar a crise, como a redução dos juros do crédito à habitação e a limitação das rendas.

No passado dia 4 de fevereiro, realizou-se a candidatura do Bloco de Esquerda (BE) às Eleições Legislativas de 2024 no Café Santa Cruz. A premissa do cabeça de lista por Coimbra, Miguel Cardina, é encarar a campanha com ideias claras, propostas exequíveis, contas certas e disponibilidade para compromissos exigentes em relação ao que será o país após o dia 10 de fevereiro.

De acordo com Miguel Cardina, quando falamos dos problemas do país, esses problemas têm repercussões a nível local. Assim, “Coimbra também é o país”, afirma o cabeça de lista, e apresenta três exemplos para comprovar isso. Em primeiro lugar, Cardina aborda a questão da habitação, definindo-a como “uma emergência nacional que revela uma desadequação entre os rendimentos e o preço das rendas e dos empréstimos”. O candidato do BE apresentou os dados do aumento das rendas, que subiram 32% entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024, e a redução das ofertas de quartos para estudantes, que diminuíram 40%.

Em segundo lugar, Cardina menciona o debate sobre a justiça climática, que define como uma luta crucial nos dias de hoje, uma vez que sem ela não existe futuro para o território e para as populações. O candidato aponta para o modelo defendido pela “maioria absoluta”, que, segundo ele, é um desenvolvimento baseado na indústria extrativista que não beneficia as populações e o território.

Por último, o candidato destaca a questão da saúde pública. “Coimbra é a capital da saúde e também a capital onde a medicina privada está a crescer rapidamente, parasitando o sistema nacional de saúde”, afirmou Miguel Cardina, dando o exemplo de “decisões erradas” como a fusão hospitalar entre o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra – Polo Hospitais da Universidade de Coimbra (CHUC) e Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra – Polo Hospital Geral (Covões), que resultou numa situação em que as equipas foram desmanteladas, aumentando a pressão sobre o CHUC e reduzindo a capacidade de resposta, afirma o candidato.

Presente no evento, Mariana Mortágua, coordenadora nacional do BE, definiu os bancos como parasitas financeiros, destacando os lucros “astronómicos” do Novo Banco. A candidata explicou que a banca não tem sido uma vítima passiva do Banco Central Europeu e que a margem de lucro continua a aumentar, o que resulta no aumento das taxas de juro e afeta diretamente o crédito à habitação.

A coordenadora apresentou várias medidas para enfrentar a crise em Portugal, tais como a redução dos juros do crédito à habitação, a limitação das rendas, a restrição do alojamento local e uma moratória para a construção de novos hotéis.

Durante a sessão, foi dedicado um momento para lembrar António José André, militante do BE e ativista político e cultural, com palavras de memória e reconhecimento. Foi ressaltado que a melhor forma de honrar sua memória é continuar a luta com energia e organização.

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