41% das vítimas de violência doméstica que receberam apoio no Concelho de Coimbra são estudantes

A vereadora da Câmara Municipal de Coimbra que tutela a Ação Social, Ana Cortez Vaz, apresentou os números recolhidos pela União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) e pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), esta sexta-feira, na Casa Municipal da Cultura.

As agressões têm lugar na esfera familiar e no espaço público, 86% dos agressores são homens, a maioria trabalha. As vítimas apoiadas têm revelado patologias associadas aos agressores, segundo as vítimas cerca de 48% dos agressores estão com alguma patologia que vão desde o alcoolismo à toxicodependência.

Entre 2017 e 2021 as condenações por violência doméstica aumentaram de 1924 para 2254 (dados do Boletim Estatístico 2022 – Igualdade de Género em Portugal). O documento referido esclarece que “embora se constate um aumento gradual significativo no número de pessoas condenadas pelo crime de violência doméstica, o número de condenações é ainda residual face ao número de pessoas suspeitas”.

Continuam a registar-se homicídios decorrentes de violência doméstica. Ana Cortez Vaz informa que, embora o ano não tenha ainda terminado, a nível nacional até setembro já se verificaram 18 homícídios.

No país tem vindo a aumentar uma tipologia de crimes que não se verificava há tempo atrás, o cibercrime e a ciberviolência. Dados da APAV da linha internet segura dão-nos números para o país. De janeiro a dezembro de 2022 registaram-se 1.236 processos de atendimento e apoio nesta associação.

São duas as linhas disponibilizadas pela APAV, uma de ajuda, a Helpline e outra de denúncia, a Hotline. Na linha de ajuda já se verificaram 478 casos.

Na dimensão Hotline, a plataforma de denúncia de conteúdos ilegais, são 810 os apoios prestados. Ana Cortez Vaz chama a atenção para o número de dados referentes aos processos de conteúdos de abusos sexuais de menores.

Entre janeiro e dezembro de 2022, o Gabinete de Apoio à Vítima da APAV Coimbra registou 3637 atendimentos a 737 utentes – e foram assinalados 1306 crimes e outras formas de violência. Destes, 82,4% são crimes de violência doméstica (maus tratos físicos e psíquicos).

Na conferência foi revelado que em todo o ano de 2022, em Coimbra, “foram apoiadas 108 vítimas, enquanto que no primeiro semestre de 2023, foram apoiadas 93 vítimas, quase o mesmo valor de vítimas em metade do tempo (meio ano)”. Pode saber mais e encontrar números de telefone de ajuda no site da CMC aqui.

Hoje, dia 25 de novembro, celebra-se o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres. O dia foi criado em 1993 pela Assembleia-Geral das Nações Unidas. Em 2023, este sábado, a ONU inicia uma campanha de 16 dias de ativismo contra a violência de género, sob o mote “UNiTE! Invest to Prevent Violence against Women & Girls”. A campanha termina a 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Fotografia: CMC@Nuno Ávila