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Fim ao Fóssil “pede a palavra” em ação de desobediência civil

O coletivo Fim ao Fóssil Coimbra realizou, no dia de ontem, uma ação em frente ao Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra. O coletivo reivindica o fim da parceria entre a UC e o Banco Santander, uma transição para energias renováveis e um maior investimento em transportes coletivos.

O coletivo Fim ao Fóssil realizou, ontem, uma ação de desobediência civil no Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra. Cinco elementos do grupo colaram-se à entrada do edifício e utilizaram tubos para se prenderem uns aos outros. O protesto teve início às 8 da manhã e a polícia chegou ao local pouco tempo depois. Na fachada da faculdade foi pendurada uma faixa onde se podia ler: “Em 1969 pedimos a palavra. Hoje exigimos ação!”. Um dos elementos do coletivo, Dani Martins, explica.

No vidro da porta de entrada do Departamento de Matemática pintaram com tinta verde, “Fim ao Fóssil até 2030” e “A Estação Nova Fica”, frases alinhadas com as reivindicações do grupo que articulam preocupações globais, nacionais e locais, como explica a porta-voz da ação, Inês Morais, em entrevista à RUC.

A transição energética tem estado no debate político e mediático, porque são os contratos com empresas de mineração e do setor do hidrogénio que estão no centro das suspeitas de corrupção e tráfico de influência que levaram à dissolução do governo. Quando inquirida sobre as apostas do governo nas indústrias ditas “verdes”, a estudante de medicina afirma que os jovens não acreditam em falsas soluções. Reforça que as alternativas devem ser pensadas em conjunto e têm que passar por uma maior aposta nos transportes coletivos.

Os cinco membros colados à porta estavam separados dos restantes manifestantes por um cordão policial. Várias pessoas presentes foram revistadas e uma das ativistas foi identificada, depois de lhe apreenderem um tubo de cola. Um dos observadores no local e investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Pedro Fidalgo, referiu estar curioso por saber como os agentes da autoridade iriam agir perante a situação.

Os jovens do Fim ao Fóssil Coimbra dizem que a ação da polícia decorreu como esperado, salientam o nervosismo de alguns oficiais e defendem que foi atacada a liberdade de imprensa por não terem permitido tirar fotografias ou registar vídeo. Os manifestantes acabaram por ser retirados à força pelas autoridades, que vedaram a entrada do departamento com vários veículos de forma a impedir que as pessoas pudessem ver o momento em que os ativistas foram detidos. Já na esquadra, os cinco jovens que bloquearam a entrada foram identificados. A estudante Inês Morais refere que a urgência da crise climática obriga a pensar em métodos de reivindicação mais combativos.

O coletivo Fim ao Fóssil promete continuar a organizar reuniões abertas e a dinamizar iniciativas com vista a envolver a comunidade estudantil na luta contra as alterações climáticas provocadas pelo homem. Segundo o grupo Fim ao Fóssil foi também enviado um comunicado à reitoria da Universidade de Coimbra com as reivindicações, o qual não obteve resposta.

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