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30º Vodafone Paredes de Coura – Entrevista com Lee Fields

Três décadas de uma vila povoada por amantes de música. O Vodafone Paredes de Coura completou mais uma edição num número redondo que esperava grandiosidade. A resposta foi surpreendente, um número incontável de concertos sublimes, um ambiente de renovação e irreverência, e pessoas, não muitas, não poucas, agarradas a este ar nortenho de celebração do que se ouve com gosto.
Lee Fields é a voz da soul music que inundou a colina das margens do Taboão, e a RUC falou um pouco sobre o que é viver da música perante décadas de mudança.

Lee Fields, muito obrigado por falar connosco. Músico desde 1969, experienciou mudanças de direções musicais nas suas diferentes fusões de géneros. O que pensa sobre o cenário atual da soul music, haverá espaço para evoluir com um som disruptor de gerações?

LEE –“Há sempre um periférico de coisas que evoluem na música, por causa do propósito da música. Desde o “big bang”, tudo está em expansão, as partículas que o constituíram estão ainda em movimento, e o mesmo se aplica ao desenvolvimento humano. Deus criou o Homem, e o Homem tem-se desenvolvido. O que penso ser a nossa missão é esse propósito do avanço, pensar mais profundamente, porque tentamos perceber de onde viemos e onde iremos. O conhecimento é como a teoria do “big bang”. Assim que Deus disse “Let there be light” e assim que a  libertação dos fotões acontece, como na teoria da relatividade de Einstein, começa o tempo. O que tento fazer é ter fé num bom livro, a Bíblia, porque acredito que é o livro mais científico do planeta. No início estava a palavra e no programa em que estamos , onde a moral é distinguir o Bem e o Mal, quando algum de nós perde a capacidade dessa distinção, compromete-nos a todos. Fomos criados por esta entidade que nos deu instruções: não mintas, não enganes, não roubes, não mates. Se as seguirmos, o mundo será infinito e o Céu, não material e omnisciente, descerá e assim viveremos para sempre. Como esse bom livro diz, eu acredito nisso, man! É prático e lógico.”

 

Qual é a melhor emoção da audiência que o entusiasma para fazer espetáculos ao vivo?

LEE – “ O motivo de click para mim é esse bom livro que falei antes. Eu guardo-o, eu leio-o. A Bíblia é o livro mais científico do planeta.”

 

Existe algum elemento ou ensinamento que melhor equilibre a vida de um artista?

LEE – “Acredito que todas as religiões são boas. Acredito que um Deus está presente em todas, e se te pede que ames ou que faças algo que não conduza à destruição, porque a Terra neste momento, vejo pelo avião quando venho, está a derreter. O futuro parece muito abismal. Eu uso a minha música como pódio para dizer coisas que partem da força da minha fé. O tempo é essencial, temos que pôr em ordem os nossos políticos, livrar-nos desta ganância e fazer tudo o que podemos para tornar o Mundo melhor.”

 

 

Todas as entrevistas realizadas no âmbito da cobertura do 30º Vodafone Paredes de Coura feita pela Rádio Universidade de Coimbra estão disponíveis no nosso serviço de podcasts, em Coberturas RUC.

Fotografia: Maria Nolasco

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