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22.08.2023POR Helena Pais

Direção-Geral e Centro de Informática desentendem-se em torno da digitalização da AAC

Centro de Informática recorre ao Conselho Fiscal para reclamar competências no plano de digitalização anunciado em julho. Direção-Geral entende que queixa não faz sentido porque à secção compete analisar e discutir estratégias de digitalização e o plano está numa fase anterior.

O Centro de Informática da Associação Académica de Coimbra (CIAAC) entendeu que devia estar envolvido no plano de transição digital da associação anunciado no final de julho e procurou o Conselho Fiscal (CF/AAC). O órgão fiscalizador reconheceu competências tanto à secção como à Direção-Geral (DG/AAC) e determinou que “deve ser comunicado todo o processo desde o início ao CIAAC” e as duas estruturas devem realizar em conjunto a “análise e discussão de estratégias de digitalização”, num Despacho de Decisão tornado público a 7 de agosto. O CIAAC revelou-se satisfeito, mas a DG/AAC avançou que vai recorrer da decisão.

O presidente do CIAAC, Paulo Nogueira Ramos, em entrevista à RUC, conta que, na Assembleia de Secções Culturais de 29 de março, depois de a DG/AAC dar a conhecer a intenção de contratar a To Be como consultora tecnológica, a secção alertou que devia estar incluída no processo. A DG/AAC, de acordo com Paulo Nogueira Ramos, disse ter-se esquecido. No entanto, o dirigente seccionista afirma que se viu obrigado a recorrer ao CF/AAC porque, apesar de insistir para ser envolvido, o CIAAC acabou por ver apresentado um plano de digitalização sobre o qual “está às cegas”.

A DG/AAC “tem todo o gosto”, nas palavras do administrador Diogo Tomázio, em envolver as diferentes estruturas da associação, “em especial o CIAAC”, no plano de transição digital –  e todas foram chamadas a contribuir, sublinha o dirigente, através de um inquérito enviado no dia 14 de agosto. Porém, a DG/AAC entende que o Processo de Conflito de Competências não se justifica, segundo Diogo Tomázio, porque o artigo 5.º do Regulamento Interno do CIAAC, citado no Despacho de Decisão do CF/AAC, dita que as finalidades da secção no âmbito da transição digital da AAC resumem-se à “análise e discussão de estratégias” e o plano de digitalização encontra-se, de acordo com o administrador, numa fase anterior.

No Despacho de Decisão de 7 de agosto, o CF/AAC afirma ter averiguado que o CIAAC não foi contactado até então a propósito do desenvolvimento do plano de digitalização, em resultado de um “lapso por esquecimento”. Pelo contrário, Diogo Tomázio diz que a DG/AAC não achou oportuno fazê-lo. Além disso, o administrador desmente que a DG/AAC tenha admitido na Assembleia de Secções Culturais de 29 de março que se esqueceu de convidar o CIAAC a participar.

Sobre a contratação de uma empresa júnior de informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia, a jeknowledge, para a criação de uma plataforma de marcação de convívios, no âmbito do plano de transição digital, Paulo Nogueira Ramos não se opõe mas considera que fazê-lo sem incluir o CIAAC é “castrar” a secção.

A propósito da contratação da jeknowledge, Diogo Tomázio justifica que não há conflito de competências com o Centro de Informática.

Contactada pelo CIAAC, segundo Paulo Nogueira Ramos, a DG/AAC informou que só pode reunir em setembro, porque está de férias, e não adiantou que tenciona recorrer da decisão.

O presidente do CF/AAC, David Cardoso, foi convidado para uma entrevista à RUC, mas disse que, por agora, é “difícil”, porque se encontra de férias, e não avançou quando vai estar disponível. Por escrito, afirmou que o órgão fiscalizador cumpriu com os procedimentos estatutários.

 

Peça atualizada às 19h20 do dia 23 de agosto

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