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Crítica social e política regressa ao cortejo da Queima das Fitas

Não se chama somente a atenção dos órgãos e figuras públicas, mas também faz-se apelo à população portuguesa para que se interesse pela defesa dos seus direitos.

No dia 23 de maio decorreu o cortejo da Queima da Fitas, momento de convívio entre estudantes, cidadãos e familiares.

Uma das críticas que caracterizam esta edição de celebração académica refere a escolha de programação apresentada por parte da Câmara Municipal de Coimbra. Os concertos dos Coldplay foram motivo de discórdia segundo o aluno João Tomás Pedro, estudante na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, que aponta a uma descultura que afeta a cidade, onde é mais importante a cultura conimbricense do que as tradições estudantis que fazem com que a cidade seja construída.

O desfile foi caracterizado por uma variedade de temáticas a serem debatidas. Eugénia Oliveira, aluna da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, apresenta o seu carro como uma crítica social aos padres e lamentando a desvalorização dos casos de abusos e assédio dentro da igreja católica.

As críticas são também voltadas para figuras públicas, como no caso do primeiro-ministro António Costa, que segundo os alunos de medicina está a falhar na manutenção do serviço nacional de saúde, obrigando os cidadãos a recorrer a clínicas privadas. Os estudantes afirmam estar prontos para a luta. Isabel Ramos, confirma à RUC essa vontade.

Não se chama somente a atenção dos órgãos e figuras públicas, mas também faz-se apelo à população portuguesa. É esse o propósito do carro apresentado pela Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra que põe em relevância o trabalho dos técnicos de saúde, que muitas das vezes são desvalorizados, como afirma Flávia Barbosa, presidente do carro.

Há quem aponte a diferença entre os cursos que pertencem à Universidade de Coimbra com aqueles dos Institutos Politécnicos. Uns dos fatores discriminantes é não serem avaliados no desfile. Mas como afirma Dinis Lopes do Instituto Superior de Contabilidade e Administração, o cortejo quer ser motivo de união entre os estudantes, onde todos são representados e onde não há diferença.

O dinheiro angariado no aluguer e construção dos carros provém dos convívios e doações dos estudantes e a realização desses teve uma duração de, aproximadamente, três semanas.

O cortejo quer ser um momento de divertimento e alegria, no entanto por vezes acontecem situações de assédio, como a que a repórter RUC viveu, ao ser agarrada por dois elementos que assistiam ao cortejo para que um terceiro forçasse um beijo.

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