[object Object]

Boaventura de Sousa Santos e Bruno Sena Martins suspensos do CES após alegados casos de assédio

Alegações de assédio e violência sexual no seio do Centro de Estudos Sociais vão ser investigadas por uma comissão independente. João Caseiro condena o caso e espera reunir com a instituição.

Num comunicado enviado à Agência Lusa, o Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra (UC) informou que os “investigadores Boaventura Sousa Santos e Bruno Sena Martins foram suspensos de todos os cargos que ocupavam” na instituição, “até ao apuramento das conclusões da comissão independente que a instituição está a constituir para averiguar as acusações de que os dois investigadores e docentes são alvo.”

Depois de três investigadoras que passaram pelo CES acusarem estes dois membros do centro de estudos de assédio e violência sexual, num capítulo do livro intitulado “Má conduta sexual na Academia – Para uma Ética de Cuidado na Universidade”, o CES anunciou a nomeação de uma comissão independente, composta por dois elementos externos, cujos os nomes ainda não são conhecidos, e pela provedora do CES, Sílvia Portugal.

Os nomes dos alegados responsáveis de má conduta sexual e de abuso de poder não são mencionados no artigo, apenas são referidos a partir de alcunhas pelos quais são conhecidos na academia coimbrã.

Ambos os investigadores negam as alegações de casos de assédio moral e sexual dos quais são acusados.

No programa Observatório do dia 13 de abril, a Rádio Universidade de Coimbra (RUC) entrevistou João Caseiro, presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), que se mostrou preocupado e repudiou a situação. O dirigente associativo indica não estar surpreendido com a notícia, uma vez que, apesar da AAC não receber muitas denúncias de assédio, tem consciência de que existem casos e que é um “problema transversal” que condiciona as denuncias por medo de retaliações.

João Caseiro afirma que estão a agendar uma reunião à porta fechada com o CES para dialogarem e pretendem igualmente conversarem com a UC, da qual esperam uma “posição forte” sobre este caso. Não obstante, o presidente da DG/AAC garante que a prioridade é compreender como a AAC pode ajudar os estudantes.

Para o entrevistado, a UC deve desenvolver mecanismos de ajuda e de investigação, promovidos pelo Governo, com o intuito de se averiguar o estado da academia e do país em relação aos problemas de assédio moral e sexual.

João Caseiro diz que a posição da DG/AAC perante as denúncias de comportamentos impróprios é de “preocupação, acompanhamento e abertura”.

A RUC contactou Boaventura de Sousa Santos, Bruno Sena Martins e a Direção do CES, que não responderam ao pedido de entrevista.

PARTILHAR: