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28.06.2022POR Isabel Simões

Câmara de Coimbra aprova criação de entidade coordenadora de gestão de transportes

O executivo Municipal aprovou ontem uma recomendação do relatório de grupo de trabalho para criar a AGIT – Agência para a Gestão Intermodal no Território da Região de Coimbra.

A ambição de conseguir viajar em diferentes tipos de transporte na Região de Coimbra com um único título de transporte começou a ser desenhada quando se começou a implementar o Sistema de Mobilidade do Mondego.

Ana Bastos, vereadora que tutela os SMTUC – Serviços Municipais de Transportes Urbanos de Coimbra lembrou à comunicação social o vasto território da região que é servido tanto por privados como por entidades públicas. Por exemplo, os SMTUC dependem da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) e a CP depende da Infraestruturas de Portugal, ou seja, do governo. São quatro as autoridades que tutelam os transportes na região, pelo que se torna necessário uma outra entidade que coordene.

De acordo com a vereadora, no futuro um passageiro que “possa sair de um determinado operador” vai poder andar nos SMTUC e apanhar o comboio “sem pagar mais por isso”, desde que a duração do percurso não ultrapasse uma hora. A nova entidade tem como objetivos trabalhar a bilhética e a intermodalidade, informou a vereadora da coligação que ganhou a Câmara de Coimbra.

A responsável reconheceu que o processo ainda está no início e que a iniciativa é apenas “um primeiro passo” no sentido de criar uma área metropolitana semelhante ao que  já existe em Lisboa e Porto. Cabe agora ao grupo de trabalho formalizar a AGIT – Agência para a Gestão Intermodal no Território da Região de Coimbra.

Uma das dificuldades apontadas pela vereadora que pode demorar a criação do bilhete único tem a ver com a repartição das receitas entre as diferentes transportadoras. Razões que levam a responsável a sugerir um novo modelo para basear a distribuição.

O título de transporte único vai ter de entrar ao serviço quando o MetroBus estiver operacional. Ana Bastos reforça a ideia de que todas as entidades têm de chegar a acordo até lá. “è essencial a qualquer sistema de transportes em domínio urbano”, realçou.

No período reservado ao público colocaram-se várias questões em relação ao transporte público na zona norte do concelho. Existem estudantes que apanham autocarro por volta das seis da manhã para chegarem às aulas às oito e meia e que no regresso das aulas também esperam mais de duas horas pelo transporte. A presidente do SMTUC manifesta “abertura total” mas não esconde as dificuldades.

Os quatro vereadores que representam o Partido Socialista abstiveram-se no ponto que recomendava a criação da entidade coordenadora de transportes. Antes da votação, Regina Bento,  vereadora do PS, sublinhou a importância da população poder usar “um único passe ou bilhete” para andar de transportes públicos em Coimbra, independentemente do operador. No entanto,  deixou  “algumas reservas” quanto à criação da entidade coordenadora, por o Estado ficar de fora, uma vez que tutela a empresa Metro Mondego, responsável pelo MetroBus e a CP. A vereadora do PS gostaria também que a Câmara e os SMTUC estivessem representados na Comissão Técnica do grupo de trabalho.

Em relação a este assunto Francisco Queirós, vereador eleito pela CDU, sugeriu uma discussão mais alargada dada a relevância das decisões que a coordenadora de transportes vai tomar.

A reunião do executivo da CMC realizou-se, ontem, dia 27 de junho, no Centro Social da Marmeleira em Souselas, dando seguimento à vontade do executivo de continuar a levar as reuniões a todas as Freguesias e Uniões de Freguesia do Município.

Fotografia: CMC

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