[object Object]

Académicas saem do ENDA em protesto contra falta de representatividade na votação

Chumbo de regimento interno do ENDA que previa alteração do modelo de votação desencadeou abandono coletivo. João Caseiro acusa federações académicas de “levarem os seus interesses mais à frente do que os interesses dos estudantes de todo o país” e põe em causa a legitimidade do movimento.

As Associações Académicas de Coimbra, dos Açores, do Algarve, de Aveiro, da Beira Interior, de Évora, da Madeira, do Minho e Trás-os-Montes e Alto Douro decidiram, no passado sábado, não comparecer ao Encontro Nacional de Dirigentes Associativos (ENDA) marcado para este fim-de-semana. A tomada de posição foi divulgada em comunicado pelo movimento Académicas Ponto, que agrega todas as associações descontentes, onde é questionada a “legitimidade das moções aprovadas” e é expressado o “desconforto” ao ver que “a voz dos estudantes não se encontra verdadeiramente representada”.

Em entrevista à RUC, João Caseiro, presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), explica que, na sexta-feira anterior à reunião ordinária do fim-de-semana, aconteceu um encontro extraordinário que visava a aprovação do regimento interno do ENDA. Após mais de 18 horas de discussão, foi o chumbo deste documento que levou à rutura entre as Académicas e os restantes movimentos associativos.

A não alteração do modelo de votação no ENDA acabou por ser determinante para o abandono das Académicas. Depois de ter sido aprovado um novo formato dual (para além do atual modelo, em que, independentemente da quantidade de alunos que são representados por determinada associação/federação, cada organismo tem apenas um voto, seria também adicionado um procedimento através do qual a votação fosse mais representativa do peso proporcional das entidades), o chumbo do documento na generalidade acabou por ser uma “jogada política” no entender do dirigente que representa a AAC.

No entanto, este não tenciona ser um afastamento permanente entre as associações e o movimento estudantil nacional, embora o movimento Académicas Ponto já tenha manifestado a intenção de apresentar as suas reivindicações em reunião com o secretário de Estado. O presidente da DG/AAC afirma que, neste fim-de-semana, as federações foram deixadas “a falar sozinhas” e considera que, sem as associações, o ENDA “não tem a credibilidade que devia ter”.

Por ser algo “que teria de ser feito de forma célere”, a Direção-Geral acabou por não levar esta decisão a Assembleia Magna. Não sendo esta uma discussão nova, João Caseiro aponta que “fomos coerentes com toda a nossa posição histórica e política”.

A entrevista completa ao presidente da DG/AAC pode ser ouvida através do link acima.

 

 

PARTILHAR: