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Guerra na Ucrânia foi tema de mesa-redonda na FLUC

Rui Tavares, fundador do partido Livre, e Carlos Gaspar enfatizaram a posição militarista da Rússia e a decadência económica do país do leste europeu.

O Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra (CEIS20) organizou na passada quarta-feira, 6 de abril, em colaboração com a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC) e o seu departamento de História, Estudos Europeus, Artes e Arqueologia, uma mesa redonda sobre o tema “ A Ucrânia e a Federação Russa: uma Guerra na Europa”.

O debate, que contou com a moderação dos professor João Figueira, teve a participação de Carlos Gaspar, docente da Universidade Autónoma de Lisboa, que destacou a relevância e urgência do conflito que está a ocorrer na Ucrânia, por ser a primeira guerra na Europa, no pós II guerra mundial, entre dois estados soberanos.

Para além disso, o investigador do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa reiterou que a guerra provocou mudanças geopolíticas na ordem mundial. Uma das grandes mudanças, segundo o professor, assenta na mudança drástica da política externa da Alemanha que passou ser pautada pela ameaça da Rússia à paz europeia e o fim da dependência energética do país do centro da Europa ao gás russo.

Durante a conferência, Ksenia Ashrafullina, empresária Russa, a viver em Portugal há dez anos, teceu críticas fortes à atribuição de vistos gold a oligarcas russos. No seu entender, a atribuição de cidadania portuguesa a figuras como Roman Abramovich demonstra que estamos a “servir bem os interesses dessas pessoas”, como a própria afirmou com sarcasmo.

Rui Tavares, deputado do Partido Livre, acredita que a Rússia é uma super potência em decadência. Apesar de ser um estado vasto, com grande acesso a recursos naturais, a Rússia perdeu relevância económica, representando apenas 1,8 por cento do PIB mundial. O historiador explicou que face à sua população (140 milhões) e à dimensão do estado, o maior do planeta, a economia russa é pouco relevante.

No seguimento da mesma ideia, Rui Tavares afirmou que durante os mandatos do presidente Vladimir Putin a Rússia não marcou o panorama científico, tecnológico e intelectual das agendas dos grandes debates mundiais, ao contrário do que aconteceu com a China, que como referiu Rui Tavares “tem uma ideia clara de onde quer estar em 2050.”

Na sessão estiveram também presentes Isabel Camisão e João Avelãs Nunes, professores de estudos Europeus, da Faculdade de Letras.

A invasão à Ucrânia começou a 24 de fevereiro e segundo a agência Reuters, mais de 24 mil pessoas morreram e os danos materiais estão avaliados em cerca de quinhentos e sessenta e cinco mil milhões de dólares.

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