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Ernesto Costa: [Sobre Coimbra] “Custa-me ver uma cidade envelhecida”

A cidade de Coimbra e as suas potencialidades, a utilização de Inteligência artificial, a guerra na Ucrânia e ainda o novo governo foram alguns dos temas abordados.

O comentário do programa Observatório ficou a cargo de Ernesto Costa, professor catedrático do Departamento de Engenharia Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e investigador do Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra (CISUC). Foi ainda fundador e responsável pela área de Inteligência Artificial da UC durante vários anos. 

“É um ensino muito unidirecional que convida os alunos a uma certa apatia e isso é prejudicial”  

Nos últimos dois anos, devido à situação pandémica, as aulas e as avaliações foram realizadas de forma remota, tornando-se uma difícil tarefa para docentes e alunos.

Segundo o professor, a maioria dos docentes não estavam preparados para o novo método de ensino adaptado para o formato online. Além das dificuldades no funcionamento de novas ferramentas de ensino, o ambiente familiar condicionou o trabalho de professores e estudantes. Ernesto Costa salientou que a falta de contacto físico, de proximidade e de interação prejudicou muito a aprendizagem dos alunos.

“Existe um hype muito grande sobre IA. Se algum dia os problemas do mundo forem resolvidos vai ser pelas pessoas e não pelas máquinas”

A inteligência artificial (IA) foi um dos grandes temas discutidos por Ernesto Costa. Como investigador na área de IA explicou que a tecnologia têm aplicações fulcrais, por exemplo, na área da saúde e no diagnóstico de doenças. Apesar das inúmeras aplicações positivas, o professor destaca que se deve ter cada vez mais uma preocupação ética na aplicação de IA no nosso quotidiano.

“Não quero para a cidade um modelo de desenvolvimento assente na indústria pesada (…) prefiro que seja cidade do conhecimento”

Sobre a cidade de Coimbra, o professor defende que se devia apostar mais em espaços verdes, na universidade e politécnicos como produtores de um conhecimento reconhecido e como resultado dessa aposta poderíamos ter uma cidade com mais qualidade de vida. Ernesto Costa é natural de Coimbra e confessa-se desiludido por ver uma “cidade envelhecida” que não aproveita o potencial na área da saúde e do conhecimento, por exemplo.

“Não favorável ao uso da tecnologia para construir instrumentos muito sofisticados de destruição”

Sobre a Guerra da Ucrânia, o professor defende que a lógica do armamento não irá resolver o conflito e que, pelo contrário, conduzirá a uma escalada do conflito. O recurso a drone e a tecnologia de ponta é uma das grandes diferenças em comparação com guerras ocorridas anteriormente. O professor de informática condena o uso de armas tecnológicas em situação de guerra.

No comentário falou-se ainda sobre a tomada de posse do Novo Governo e da nova ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato e pode ser ouvido na íntegra no link disponibilizado.

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