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Laurindo Frias: “O conselho fiscal é um órgão que trabalha na sombra da AAC”

O balanço do seu mandato, as eleições para o Conselho Fiscal e a Comissão Disciplinar da Associação Académica de Coimbra e a invisibilidade destes órgãos aos olhos dos estudantes da academia foram alguns dos temas em foco na conversa com Laurindo Frias. 

Na quinta-feira, dia 24 de fevereiro, a Rádio Universidade de Coimbra (RUC) entrevistou Laurindo Frias, presidente do Conselho Fiscal da Associação Académica de Coimbra.  

“Se há órgão que tem que ver se o dinheiro foi gasto e se foi bem gasto é o Conselho Fiscal e era uma tarefa que já não era feita há alguns anos”

Laurindo Frias começou a conversa com um balanço do seu mandato enquanto presidente do Conselho Fiscal da Associação Académica de Coimbra. Na perspetiva do entrevistado, a função do Conselho Fiscal é olhar para as suas secções e núcleos e perceber se tudo está a funcionar de forma correta e se as regras estão a ser respeitadas, precisamente neste caso, se os estatutos da Associação Académica de Coimbra estão a ser cumpridos. Referiu a análise dos relatório de compras e plano de atividade dos variados núcleos e secções da casa como a principal tarefa durante este mandato, competências deste órgão que há muito que não eram efetuadas. Deu destaque igualmente à capacidade da equipa do Conselho Fiscal de assegurar as eleições da Direção-Geral e Mesa da Assembleia Magna da Associação Académica de Coimbra dentro da normalidade e que decorreram “de forma íntegra, honesta, limpa”.

O ainda atual presidente relembrou que o objetivo do Conselho Fiscal não é de arranjar problemas mas de os resolver e encorajou as secções e os núcleos a procurarem o órgão sempre que necessitarem de ajuda.

“O Conselho Fiscal é um organismo que à partida tem o défice de trabalhar no background, atrás das cortinas”

Laurindo Frias reconheceu a tendência para o desconhecimento deste órgão pelos estudantes, porém, afirma que quem o procurou obteve respostas e que ao longo deste mandato tiveram um contacto direto com quem realmente precisava do apoio e da ajuda da equipa do Conselho Fiscal. O convidado concordou que a criação de redes sociais do Conselho Fiscal seria um ponto positivo na aproximação dos estudantes e na transmissão de informação, para além do constante cuidado do órgão em enviar para os meios de comunicação social da casa todas as decisões que são tomadas, e incentivou o próximo mandato a proceder com a proposta. Contudo, duvidou que a iniciativa resolveria o problema por ser um órgão que não tem um protagonismo idêntico aos outros.

Quando questionado sobre os orçamentos da Direção Geral da Associação Académica de Coimbra e da Queima das Fitas 2021 e o porquê de ainda não terem sido discutidos nas últimas duas Assembleias Magnas, o convidado evocou estar habituado a que a primeira Assembleia Magna após uma eleição da Direção Geral e da Mesa da Assembleia Magna contasse com a apresentação do plano de atividades e proposta de orçamento da Direção Geral e da Queima das Fitas. Confirmou ainda ter contactado os representantes dos dois órgãos, todavia, os documentos ainda não foram executados apesar de o limite de 60 dias definido nos estatutos ter sido ultrapassado. Laurindo Farias espera não ter que recorrer a sanções e prevê que a discussão destes documentos aconteça em março, antes do fim do seu mandato. 

“Nestes debates não vi nenhuma crítica concreta a nenhuma decisão que tomei”

Na passada segunda-feira, dia 21 de fevereiro, decorreram os debates entre os candidatos ao 1º e 2º contingente do Conselho Fiscal e da Comissão Disciplinar da Associação Académica de Coimbra. Perante a vontade de Luís Carvalho, candidato pela Lista D – “Pelos nossos Direitos e Deveres”, e Nuno Coimbra, candidato pela Lista H – “Honestidade e Proximidade”, de quebrar a linha de continuidade e de reformar o Conselho Fiscal, o entrevistado afirmou não ter ouvido nenhum ataque às decisões tomadas pela equipa atual do CF/AAC e que não compreende as razões de se quererem afastar do trabalho que tem sido feito. No entanto, entende esta expressão de mudança como uma boa estratégia de marketing.

Numa outra matéria, o presidente do Conselho Fiscal, também presidente da Comissão Eleitoral após a renúncia de membros da MAM/AAC no ano passado, esclareceu que Ghyovana Carvalho, candidata pela lista P – Académica Presente nas eleições para a Direção Geral Associação Académica de Coimbra de novembro de 2021, não fez nenhuma queixa formal nem ao Conselho Fiscal nem à Comissão Eleitoral, apesar de ter exprimido o seu descontentamento nas redes sociais face a problemas que surgiram durante o processo eleitoral, tais como estudantes a votarem alcoolizados e a violação do dia de reflexão com o apelo ao voto dos estudantes via email. Laurindo Frias manteve a sua posição e defendeu que as situações foram devidamente avaliadas na altura e não havia razões para impedir os estudantes de votar nem de sancionar a lista responsável pelos emails.

O entrevistado rematou revelando que pretendem analisar o relatório da Queima das Fitas de 2021, da Direção Geral de 2021, o plano de atividades e o orçamento da Direção Geral de 2022 até ao fim do mandato e que aspiram a implantação completa do Census da AAC digital no próximo mandato, de forma a rastrear mais facilmente os sócios das secções da Académica e ter cadernos eleitorais mais rigorosos.  

Esta entrevista pode ser ouvida na íntegra no link acima ou no nosso Spotify.

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