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José Luís Marques: “Os nossos alunos só não encontram trabalho (…) se não quiserem”

Os novos cursos da EHTC, o impacto da covid-19 no ensino e a procura por profissionais nas áreas do turismo, da hotelaria e da restauração foram alguns dos temas em foco na entrevista a José Luís Marques.

No passado dia 18, sexta-feira, o espaço de comentário do Observatório esteve a cargo de José Marques, diretor da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra (EHTC).

“Todas as 12 escolas de hotelaria e turismo do país procuram constituir novas turmas”

José Luís Marques começa a conversa destacando que até dia 22 de fevereiro estão abertas as inscrições para o curso de Gestão de Hoteleira e de Alojamento, lembrando que todo o processo de inscrição e admissão pode ser feito online através do portal da escola. O diretor da EHTC falou também de cursos “on the job”, onde os alunos passam alguns dos dias a estagiar em empresas. Ao contrário dos cursos normais, esta variante “on the job” tem apenas 1 ano de duração e os alunos necessitam de ter o 11º ano completo. Os cursos que se organizam desta maneira são o curso de Técnicas de Restauração e Bebidas e o curso Técnico de Cozinha e Pastelaria.

Depois, José Marques apresenta os Cursos de Especialização Tecnológica (CET) e lista os cursos de “Gestão e Produção de Cozinha”, “Gestão de Restauração e Bebidas”, “Gestão Hoteleira e Alojamento”, “Turismo, Natureza, e Aventura” e “Turismo, Cultural e Património” como exemplo da variedade de temas encontrados na escola, que vão desde a gastronomia até cultura e património. As inscrições para estes cursos irão abrir no dia 1 de abril e, tal como foi dito anteriormente, o processo poderá ser feito todo online. O presidente do EHTC adiciona que esta inscrição está também está aberta a adultos de qualquer idade e que, ultimamente, mais adultos têm vindo a inscrever-se na escola.

Quando questionado sobre qual a motivação para a mudança de plano curricular, José Luís Marques relembra os ouvintes que apesar de não ser comum adicionar cursos novos à escola, é normal atualizar os cursos já existentes com alguma frequência para conseguir seguir as necessidades do mercado de trabalho existente. O presidente da EHTC dá como exemplo a substituição de algumas horas dedicadas a partes mais técnicas, as “Hard Skills”, por “Soft Skills” como comunicação e relacionamento interpessoal que, neste momento, vai “mais de encontro com aquilo que o mercado pede”.

“O mercado continua a ser muito recetivo aos nossos alunos”

José Luís Marques destaca também que para além de formação inicial, a escola de hotelaria e turismo também tem a formação contínua, para os ativos, os que já trabalham, de forma a entregar mais e melhores competências de trabalho exigidas pelo mercado e clientes perante um determinado tipo de serviço, afirmando também: “nós formamos milhares de pessoas ao longo de cada ano que já estão a trabalhar, portanto, não só aquelas que preparamos para depois irem trabalhar para o mercado de emprego”.

Para evitar que o Covid-19 se propagasse, já antes do primeiro confinamento, a escola de hotelaria e turismo encontrava-se num sistema de aulas online, onde as aulas práticas foram deixadas para quando fosse seguro haver desconfinamento. Mesmo assim, José Luís Marques afirmou que havia uma preferência clara para as aulas presenciais e que, todos os alunos que estudaram durante esta pandemia, experienciaram uma educação diferente e menos prática.

O turismo, a hotelaria e a restauração são, por exemplo, as “ditas áreas mais práticas, mais técnicas, têm ditas competências que são transferíveis para qualquer parte do mundo e qualquer sociedade”

Após questionado acerca da conexão dos cursos com o facto dos jovens emigrarem para trabalhar, José Luís Marques confirma que as áreas de estudo da sua instituição são das mais transversais ao redor do globo. Afirmando que as razões para tal acontecer são também a curiosidade por conhecer novas culturas, o inglês “como língua universal, é aquela que as pessoas depois vão desenvolver”, e o nível de renumeração, sendo “muito mais elevado do que aqui”. Existem também casos de trabalhadores que podem voltar um dia mais tarde, no intuito de, com as suas poupanças de fora, investir no seu próprio negócio, ou então o estrangeiro que vem para Portugal e “muitos ficam na nossa região, na nossa cidade, servem a região centro, outros vão também para as maiores áreas turísticas portuguesas, que é o Algarve, que é Lisboa, também a Madeira, e o norte, na zona, pelo menos, metropolitana do Porto. Estas são, portanto, “áreas de formação que permitem também esse tipo de experiência às pessoas, a quem nos procura.”.

“Vamos ter uma semana aberta na escola de hotelaria, em que vamos ter imensas atividades voltadas para todos aqueles que nos queiram visitar”

Termina assim, José Luis Marques, fazendo um convite aberto à população, em 1ª mão para a RUC, dentro da semana de 28 de março a 1 de abril. Nessa mesma, os convidados, ou como o diretor nomeou “alunos extra”, vão poder “assistir aulas teóricas e práticas, vão ter imensas oportunidades para degustação (…) a nível culinário, também na área das bebidas (…), vão poder experimentar fazer algum tipo de serviço de restaurante que gostariam de aprender”. Também dentro da área de turismo, irão estar presentes nas instalações várias atividades como deportos radicais e visitas guiadas pela cidade que se podem acompanhar. Avisa também que existirá um número limitado para as inscrições para o público e que irão distribuir mais informações nas suas redes sociais.

Esta entrevista pode ser ouvida na íntegra no link acima ou no nosso Spotify.

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