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Paulo Coelho: “É impossível fazer mineração sem impacto ambiental, mas podemos reduzi-lo para que seja aceitável”

O professor de Engenharia Civil na Universidade de Coimbra esteve esta quarta-feira no Observatório para falar do ataque informático à Vodafone, das consequências das eleições legislativas do passado dia 30 de janeiro e das respostas que devem ser dadas aos problemas ambientais que o mundo enfrenta.

No passado dia 9, quarta-feira, o espaço de comentário do programa Observatório esteve a cargo de Paulo Coelho, docente no Departamento de Engenharia Civil (DEC) da Universidade de Coimbra (UC).

“Quanto maior a diversidade da tecnologia, maior a nossa vulnerabilidade”

O recente ataque informático que abalou o país dos últimos dias não passou despercebido e foi logo o primeiro assunto a ser abordado pelo comentador. Na perspetiva de Paulo Coelho, as recentes investidas por parte de piratas informáticos em vários serviços portugueses (desde empresas de informação, comunicação, energia ou saúde) vêm expor a nossa vulnerabilidade, algo que durante anos não nos preocupou conforme deveria. Assim, o professor afirmou que as diversas atualizações a que os vários dispositivos estão sujeitos deveriam ser “mais sólidas” e que é necessário um maior investimento na área da cibersegurança.

“Não sou muito a favor de radicalismos, mas há coisas que precisam de ser melhoradas”

Naquilo que aos resultados eleitorais do passado mês de janeiro diz respeito, Paulo Coelho aponta a necessidade de resposta aos problemas que temos, esperando que a nova maioria absoluta do Partido Socialista não os esqueça. Olhando para o desaparecimento do CDS e para o crescimento de outras forças políticas de direita (nomeadamente, a Iniciativa Liberal e o Chega), o comentador aponta que “ainda vamos ter saudades destes partidos que se aguentaram tanto tempo”, rematando que as soluções apresentadas pelas novas alternativas são muito simplistas e que, “se fosse assim tão fácil, se calhar já se tinha feito”.

Com especial atenção à sua área de estudo, o docente afirmou que “é impossível dissociar desenvolvimento económico, social e alterações climáticas”. Para o mesmo, este complicado momento do planeta não tem recebido a atenção devida e, por isso, é urgente que o mesmo seja pensado a par da criação de riqueza e do estímulo de uma sociedade mais igualitária.

“Acho que é fundamental fazer a exploração de minérios em Portugal”

Após os avanços do governo para avançar com o concurso para a prospeção de lítio em seis áreas do território português, Paulo Coelho acredita que não há muitas alternativas: “Temos duas hipóteses: temos a hipocrisia de continuar a achar que eles (lítio e outros minerais obtidos por mineração) vêm da China, de África, do Chile, etc. em condições subumanas  e altamente danosas para o meio ambiente ou aceitamos fazer a exploração no nosso território com um controle muito adequado dos danos ambientais”. No entanto, o professor percebe alguma da indignação que este processo tem causado, dada a sua falta de transparência. Na ótica do docente, “parece que as pessoas não são informadas daquilo que lhes põem à porta” e, por isso, reconhece o medo das mesmas como natural.

Esta entrevista pode ser ouvida na íntegra no link acima ou no nosso Spotify.

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