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25.01.2022POR Informação RUC

Álvaro Garrido: “A inovação é interdisciplinar”

AUTOR: Informação RUC

DATA: 25.01.2022

DURAÇÃO: 38:50

No programa Observatório de 25 de Janeiro de 2022, o comentário da atualidade foi da responsabilidade do Diretor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Álvaro Garrido.

A segunda parte do programa Observatório de 25 de janeiro contou com a participação do diretor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC), o professor Álvaro Garrido, que reforçou a importância da interdisciplinaridade no contacto e exploração das Ciências.

No âmbito da comemoração dos 50 anos da Revolução de Abril, o docente da Faculdade de Economia foi nomeado Comissário científico da primeira iniciativa do programa de comemorações dos cinquenta anos do 25 de Abril. Esta primeira atividade programada pela Estrutura de Missão consiste numa exposição sobre a história e memória dos movimentos estudantis e o seu contributo para a democratização do país, intitulada “Primaveras Estudantis. Da Crise de 1962 ao 25 de Abril”.

A exposição vai ser inaugurada a 24 de março, no Museu Nacional da História Natural e da Ciência, mas Álvaro Garrido garante que também vai passar pela cidade do centro do país, com apoio da Universidade de Coimbra e da Associação Académica de Coimbra, provavelmente entre setembro e dezembro de 2022.

A iniciativa pauta pela sua dimensão e ousadia, contemplando um rasto documental extenso, uma dimensão multimédia e de cultura visual, que vai procurar sintetizar o grande contributo que os movimentos estudantis deram para o processo de abertura democrática.

“O 25 de abril é uma oportunidade para celebrar a democracia e evocar os movimentos que a ela conduziram.”

Enquanto historiador e especialista em movimentos estudantis, Álvaro Garrido sugere que, ao contrário daquilo que é veiculado pelo público, no que toca à participação fraca dos jovens na vida política e associativa, as camadas mais jovens continuam atentas e que  “fazem política de outra forma”.

O diretor da FEUC, reiterou que é necessário, “numa sociedade que vive obcecada pela memória” proceder a uma revisão do nosso pensamento e memórias históricas. Em seu entender, existe uma “herança pesada”, como é o caso dos “descobrimentos” e do colonialismo,  que necessita de ser revista e por consequência, reaprendida pela população. Essa retificação, adverte, deve passar também pela revisão dos programas do ensino de história, que continuam a difundir uma visão grandiosa e romantizada de momentos marcados pela imposição à força de ideologias e modos de vida.

“ Não sou favorável a justicionalismos retrospetivos.”

Álvaro Garrido acrescentou que a  alteração da memória histórica não deve implicar a simplificação das narrativas do passado e por consequência a conversão da história num discurso político. Na sua visão, para repensar o passado é preciso pluralizar a sua interpretação e não repará-la. Em relação ao ensino superior, o Diretor da FEUC refere que o tema não foi suficientemente discutido durante a campanha eleitoral.

“O ensino superior apresenta inúmeros desafios, o principal é sempre o da qualidade.”

No que toca à qualidade do ensino superior, Álvaro Garrido defende que as universidades portuguesas não devem muito em relação às restantes instituições europeias. No entanto, existem problemas de fundo no ensino que não devem ser descurados. O historiador salienta os problemas da imigração dos jovens formados, referindo os problemas salariais e a falta de oportunidades. Para Álvaro Garrido existe uma desarticulação evidente entre os sistemas de ensino, o mercado de trabalho e a estrutura da economia portuguesa.

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