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Paulo Ralha: “O Bloco de Esquerda enganou-me”

A valorização de Coimbra, o reforço do SNS e o as alterações climáticas, em destaque na entrevista a Paulo Ralha, cabeça de lista pelo CHEGA no círculo eleitoral de Coimbra para as próximas eleições legislativas.

O Observatório de dia 7 de Janeiro contou com a entrevista a Paulo Ralha, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, mas também ex-militante do PS, e que se apresenta agora como cabeça de lista do partido CHEGA às próximas legislativas.

“Não quer dizer voltar ao passado, quer dizer retomar o passado com uma nova perspetiva”

A entrevista com o cabeça de lista do partido Chega arrancou com uma pergunta sobre a relação entre o estado e a religião, focada no lema usado pelo partido: “Deus, pátria, família e trabalho”. Paulo Ralha explicou que religiões “são coisas que devem estar separadas do ponto de vista pragmático (do estado) mas que há uma (…) identidade nacional a nível histórico criada pela tradição judaico-cristã”. Adicionou ainda que “o Chega (…) não pretende colocar em causa a laicidade do estado, o que pretende é retomar uma serie de (…) valores que estão inerentes à herança e à tradição portuguesa”

“A Universidade deve fazer cursos que sirvam os interesses dos empresários e dos comerciais”

Quanto a Coimbra o militante do Chega começou por referir que cidades mais pobres “cresceram imenso” com a “aproximação das universidades ao tecido económico e empresarial da região.”

Paulo Ralha, sendo de Braga, destacou o diálogo entre a Universidade de Braga e as empresas da cidade, havendo criação de cursos em função das necessidades do mercado, contrastando com a Universidade de Coimbra.

Tendo isto em conta, Paulo Ralha deseja que Coimbra olhe para os exemplos e que crie dinâmica entre a Universidade e o mercado local, sendo uma estratégia que o militante do Chega considera essencial para dar a Coimbra um papel central no panorama nacional.

Quando questionado sobre como poderia atrair e anexar negócios na cidade, Paulo Ralha resumiu a estratégia em 3 pontos específicos: Dialogar com as associações comerciais e industriais, identificar as necessidades das entidades e empresas e criar cursos que sirvam os interesses dos empresários e dos comerciantes.

Quanto aos transportes, Paulo Ralha destacou a importância da ferrovia como transporte não poluente e democrático. Referiu ainda que para além de ser económico e pouco congestionado, é uma boa opção para a deslocalização das mercadorias.

“Temos que dar dignidade aos profissionais da saúde”

No que toca ao Serviço Nacional de Saúde, Paulo Ralha começou por referir que são situações atípicas como a pandemia que permitem observar as fragilidades dos vários sistemas, nomeadamente o SNS. O cabeça de lista diz que há necessidade de formar mais médicos, enfermeiros, auxiliares de diagnostico e que há necessidade de “sobrepor o interesse nacional ao interesse corporativista de algumas ordens”. Adicionou ainda que são necessárias mais vagas nos cursos para impedir que os profissionais de saúde tenham de se formar “em Espanha ou em França”.

Destacou ainda a criação de um rendimento mínimo para quem já não pode trabalhar.

“O CHEGA segue atentamente a auscultar opiniões sobre as energias do futuro”

Segundo Paulo Ralha, o Chega quer apostar em transportes ecológicos e na sustentabilidade nas cidades que refere como “essencial”. Para chegar a esta sustentabilidade diz necessária a criação de parques verdes e uma simbiose com o objetivo de proporcionar qualidade de vida aos Portugueses. O cabeça de lista por Coimbra destacou ainda os problemas que existem com os carros elétricos e com a extração dos materiais necessários para o seu fabrico, mencionando especificamente a maneira como esta extração é extremamente nociva para as populações locais e para o ambiente.

O militante do Chega deixou claro que é também necessário um plano de reciclagem para os componentes já não utilizados. Expressou ainda o seu interesse no tório, um elemento radioativo que a França tem vindo a utilizar, e que Paulo Ralha descreve como uma nova versão da energia nuclear.

“Concedo que o Bloco de Esquerda tem feito um certo esforço para combater os fenómenos de corrupção”

O antigo apoiante do Bloco de Esquerda e ex-militante do Partido Socialista, apresentou-se desde logo com uma postura pouco habitual no seu partido. Apesar de tudo, Paulo Ralha, sobre a sua experiência como militante do partido socialista, referiu que o PS não só não afastava as pessoas que estavam indiciadas por casos de corrupção, como também as propunha de novo para cargos no partido, mencionando que muitas vezes lhes dava destaque público.

Relativamente ao Bloco de Esquerda, Paulo Ralha concedeu que o partido “tem feito um certo esforço para denunciar, combater os fenómenos de corrupção, fraude e evasão fiscal e enriquecimento ilícito.” No entanto, apontou falhas ao partido, nomeadamente em relação às teorias económicas defendidas pelo BE que “na prática não dão resultado”. Por outro lado, o militante do Chega quer diminuir as taxas às empresas de forma a atrair e fixá-las no país.

 

Para ouvir a entrevista na íntegra pode aceder através do link acima ou no Spotify da RUC.

 

 

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