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13.08.2021POR Miguel Tavares

Colocação dos professores a tempo, mas sob fogo dos sindicatos

O anúncio da colocação de mais de 20.000 professores foi feito a mais de um mês do início das aulas, mas foi recebido com críticas por partes dos sindicatos dos professores da função publica.

O Ministério da Educação anunciou hoje as colocações dos professores dos concursos de mobilidade interna e de primeira contratação, num total de mais de 20.000 professores colocados para o próximo ano lectivo.

Este anúncio veio cumprir a promessa do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, que anunciou para esta semana a divulgação atempada das colocações dos professores no ensino público.

A informação foi avançada num comunicado do Ministério da Educação, que reforçava a importância da divulgação das colocações mais de um mês antes do início das aulas. Em comentário a este comunicado, o Sindicato de Professores da Região Centro (SPRC), na voz de Anabela Sotaia, minimiza este facto, apontando que o ano dos professores não começa ao mesmo tempo do dos alunos.

A professora, membro da coordenação do SPRC, deixa patente outras críticas aos concursos de colocação, em comparação com o ano passado.

No entender da SPRC, ao não abrir o concurso para horários completos e incompletos em simultâneo, professores mais graduados terão possivelmente de ser colocados em agrupamentos mais distantes da área de residência, quando poderiam ocupar horários incompletos geograficamente mais próximos. Este não é um problema novo, tendo já sido contestado em 2017, com Anabela Sotaia a prever uma nova contestação este ano.

O dedo é apontado ao Ministério da Educação, que no entender da líder sindical tem a possibilidade de abrir concurso para horários completos e incompletos em simultâneo, visto que estes últimos não surgem apenas aquando do início das aulas.

Aliada a estas críticas, está também a posição defendida por Anabela Sotaia de que é necessário abrir mais vagas para professores, visto que em valores absolutos o número de professores no activo irá diminuir este ano em cerca de 3000.

O SPRC lembra ainda que no próximo ano lectivo será aplicado o Plano de Recuperação das Aprendizagens 21|23 Escola+, e que o pessoal docente e não-docente existente não é suficiente para assegurar a boa realização deste programa.

O Sindicato de Professores da Região Centro aponta as suas críticas ao Ministério, mas não mostra confiança de que neste ano lectivo seja possível os erros apontados serem corrigidos atempadamente.

Em comunicado, a FENPROF exige a revisão da legislação de concursos até ao próximo dia 22 de Agosto, com a promessa de recorrer a todos os meios que tiver ao seu alcance para denunciar o problema e repor a legalidade.

 

Imagem: Sindicato de Professores da Região Centro

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