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11.08.2021POR Isabel Simões

Agricultores do Vale do Mondego insistem com ministério nos apoios ao milho iniciarem já no próximo ano

A resposta do ministério da Agricultura de que vai estudar o assunto para que sejam dados apoios no âmbito da Política Agrícola Comum só a partir de 2023, não satisfaz os agricultores. Em causa está a distribuição de cerca de milhão e meio de euros para o Mondego.

A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, participou, através de uma mensagem, na 44ª Assembleia Geral do Clube Português dos Cereais de Qualidade, que teve lugar a 15 de junho de 2021. Na sessão informou estar a negociar com a Europa um apoio aos produtores de cereais já a partir de 2022.

Agora os produtores do Vale do Mondego acusam a ministra de ter voltado atrás e de, face ao protesto, tentar “empurrar” os apoios para 2023. O presidente da Cooperativa Agrícola de Coimbra, Pedro Pimenta, entende que a “tentativa de estudar” o assunto, invocada pela ministra, não colhe. Lembra que o Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP) do ministério já o tinha feito e havia cabimento orçamental.

Para os agricultores, o recuo da ministra não lhes permite acreditar que os apoios se concretizem. Em comunicado informam que a medida de apoio aos produtores de cereais foi aprovada pela Comissão Europeia. Os cerca de milhão e meio de apoios à agricultura do Baixo Mondego iriam incrementar a economia local e ajudar os cerca de 1500 produtores, destaca o presidente da Cooperativa de Coimbra.

A ajuda prometida, já para 2022, viria colmatar a perda de rendimento que “o setor tem vindo a ter nos últimos anos”, para além de que as ajudas que a Europa aprovou não têm qualquer contribuição do “orçamento nacional”, afirma Pedro Pimenta.

O responsável recorda ainda a necessidade de incentivar os produtores a aumentar a produção de cereais, uma vez que o grau de aprovisionamento do trigo em Portugal é na ordem dos quatro por cento.

Os agricultores deixam também um apelo aos presidentes das Câmaras Municipais de Coimbra, Montemor-o-Velho e Soure para que “defendam os seus munícipes e que tudo façam para tornar uma realidade a implementação desta ajuda, já em 2022”.

A análise a esta questão e às dificuldades sentidas pela produção agrícola no Baixo Mondego podem ser ouvidas no programa Há Vidas Nesta Cidade!, no próximo sábado.

Fotografia: Cooperativa Agrícola de Coimbra

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