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Aplicação SASUC GO divide alunos e utilizadores

A nova APP dos SASUC promete revolucionar o consumo dos serviços de Ação Social da Universidade, mas tem dividido a comunidade estudantil.

No dia 19 de abril, o futuro chegou às cantinas da Universidade de Coimbra com a aplicação SASUC GO. A partir deste dia deixou de ser possível pagar com dinheiro nas cantinas e restantes locais geridos pelos Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra.

Nesse sentido, todos os serviços, sejam cantinas, seja o uso das lavandarias SASUC tem de ser feito com dinheiro virtual. Ou seja, os utilizadores têm de carregar o seu cartão UC com dinheiro para que esse montante seja convertido em saldo SASUC. Com esse saldo os utilizadores podem pagar os seus almoços, jantares e lavagens de roupa.

Fomos tentar perceber o que é esta aplicação e quais são os seus intuitos: Nuno Correia, administrador dos SASUC explicou que o objetivo passa por evitar filas no momento de consumo nas diferentes cantinas.

O objetivo é nobre mas tem causado problemas. As filas passaram do momento de consumo para o momento de carregamento dos cartões. Quem o afirma são os próprios utilizadores do sistema. O nosso repórter Miguel Tavares foi experimentar o serviço e conversou com alguns estudantes. Para Elsa Neves o sistema é uma “chatice”. Já Pedro Godinho questiona o número de máquinas: duas apenas para cerca de 1500 estudantes.

Nuno Correia, no entanto rejeita esta ideia. O administrador dos SASUC contou as máquinas uma a uma aos microfones RUC e recorda que há outras formas de carregar o cartão. Nesse sentido, não são precisas mais máquinas na opinião do administrador dos Serviços Sociais da UC.

Então quais são as alternativas à tal APP: Nuno Correia explica:

Em sentido convergente ao dos SASUC, alguns estudantes dão um parecer positivo em relação a esta mudança. Foi o caso de Sara, estudante de direito, que enalteceu o facto de a aplicação ser de fácil utilização.

Também Benedita, estudante do Departamento de Ciências da Vida, sublinhou o caráter pragmático do novo sistema, no sentido de ser um acréscimo ao conjunto de usos que se dá ao cartão de estudante.

Apesar dos esforços dos SASUC irem no sentido de agilizar a afluência de pessoas às cantinas e reduzir os conhecidos congestionamentos, a forma como se procedeu a esta alteração não foi pacífica entre todos os estudantes, afirma Renato Daniel.

A RUC conversou com Renato Daniel, vice-presidente da DG/AAC, De acordo com o estudante da faculdade de economia, o ponto basilar neste processo de desmaterialização é a inclusão. Esta passa, desde logo, por não prejudicar nenhum membro da comunidade académica. De acordo com Renato Daniel, as preocupações prendem-se, sobretudo, com questões de carregamentos via multibanco e com as pessoas infoexcluídas.

Ana Catarina Mendes, do curso de Estudos Artísticos,  mostrou-se muito crítica do sistema e considera que a situação dos estudantes carenciados não se encontra totalmente acautelada. A estudante da FLUC classificou como “rídicula” a necessidade de carregar o cartão com dez euros,  valor mínimo estipulado pelo serviço. A jovem universitária recordou que muitos estudantes passam por dificuldades e que nem sempre têm a capacidade para carregar o cartão com o valor mínimo obrigatório.

Outros estudantes, como é o caso de Maria Calado, estudante da licenciatura em Biologia, apontaram outras  fragilidades a esta tecnologia. A estudante da FCTUC recordou a situação dos estudantes de Erasmus que ainda não dispõem de cartão de estudante.

Nuno Correia afirma que tem conhecimento das queixas, mas admite que não  as compreende. O responsável pelos Serviços de Ação Social  recorda que os carregamentos podem ser feitos em qualquer altura. O administrador dos SASUC refere ainda que existem sempre duas máquinas paralelas, uma para carregamentos e a outra para proceder à pré-compra da refeição.

Perante as críticas Nuno Correia afirma que os SASUC estão sempre abertos a sugestões. O administrador dos SASUC acredita que é sempre bom ter o feedback dos utilizadores e recordou que esta app será de melhoria contínua. Dessa forma, o objetivo passa por tornar a app SASUC GO o mais “user friendly” possível, afirma Nuno Correia.

Questionado sobre se esta mudança seria uma via sem fim para a desmaterialização dos SASUC, Nuno Correia,  não tem dúvidas: trata-se de um caminho sem reversão. O objetivo é a desmaterialização total dos SASUC o mais rápido possível.

Nuno Correia deixa ainda um aviso. Se se fizer um registo com uma conta “g-mail” (ou equivalente) o serviço SASUC vai reconhecer a conta como entidade externa. Neste sentido, é importante que as pessoas utilizem sempre as contas institucionais. Ou seja, se forem da UC utilizem a conta da UC e, se forem de outras entidades institucionais que o façam com o respetivo mail. A justificação tem por base a obrigatoriedade do pagamento de IVA, o que não acontece com a comunidade universitária.

A RUC vai acompanhar a evolução da situação junto da aplicação SASUC GO. Pode ouvir a reportagem através do nosso sistema de podcasts ou no Spotify.

 

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