[object Object]
12.04.2021POR Isabel Simões

Câmara de Coimbra compromete-se a restituir faixa de vegetação ripícola ao Rebolim

O presidente da Câmara de Coimbra voltou a esclarecer não ter dado entrada nos serviços camarários qualquer projeto para um campo de golfe no Rebolim. O movimento Mondego Vivo obteve do autarca o compromisso de continuar a arborizar o espaço respeitando a faixa de 30 metros para a galeria de vegetação ripícola.

No mesmo dia em que o movimento Mondego Vivo promoveu uma passeata em defesa do Rebolim iniciada na Agência Portuguesa do Ambiente (APA), onde entregou uma carta aberta, e terminada numa sessão pública na Praça 8 de Maio, fez-se representar na sessão da Câmara de Coimbra por André Pestana. No final o ativista falou com a RUC sobre o que lhe pareceu ser “uma vitória das populações”.

Na sessão de Câmara, de dia 12 de abril, André Pestana insistiu que a terraplanagem que a Câmara Municipal de Coimbra (CMC) levou a cabo no espaço que vai da Ponte da Portela à Praia do Rebolim promoveu a destruição total e levou à perda de biodiversidade. O ativista classificou a ação camarária como ilegal do ponto de vista ambiental e assinalou o facto de em 26 de março a autarquia ter aprovado uma proposta de mitigação das alterações climáticas. Apontou mesmo as páginas 19 e 92 como contendo ações que contradizem o que foi realizado no Rebolim.

A não existência de um estudo de impacto ambiental, antes da intervenção, foi uma das faltas apontadas pelo movimento Mondego Vivo. André Pestana lamentou que não tenha existido.

André Pestana afirmou à RUC que o movimento Mondego Vivo vai estar atento ao cumprimento dos compromissos firmados pelo presidente da autarquia de Coimbra.

Já Manuel Machado continua a afirmar que “um campo de golfe em Coimbra é importante” mas tem de se localizar no sítio “adequado”. O presidente da CMC voltou a deixar a indicação de que o Rebolim não será o sítio mais indicado devido à captação de água para consumo humano que existe na Boavista.

Na sessão de Câmara no momento em que André Pestana fez a sua apresentação estiveram presentes Santos Costa e João Pardal (coordenador do Programa Municipal para as Alterações Climáticas), os dois são técnicos superiores da CMC. De acordo com o presidente do Município de Coimbra, estão envolvidos no trabalho que está a ser realizado no Rebolim.

Manuel Machado insistiu não pretender que os conimbricenses vivam “de costas voltadas para o rio”, informou a comunicação social de que a APA sabia da intervenção camarária e manifestou a vontade de continuar a replantação de 430 árvores “adequadas” ao espaço (freixos, amieiros, salgueiros, sobreiros, entre outras).

Durante a sessão os vereadores tomaram conhecimento de que a autarquia  abriu um procedimento para a atribuição de três lugares de exploração, na Praia do Rebolim para que a praia fluvial disponha, a partir de 15 de maio e até meados de outubro, de três locais de restauração e bebidas de caráter não sedentário.

Em nota de imprensa a CMC também dá conta de, pela primeira vez, a praia ser candidata a água balnear, um processo que se encontra em apreciação pela APA, e também ao galardão de Bandeira Azul 2021.

PARTILHAR: