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DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES E RAPARIGAS NA CIÊNCIA EM COMENTÁRIO NO OBSERVATÓRIO

O Observatório de quinta-feira (11) foi dedicado ao Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência.

No espaço de comentário, contámos com a presença de Eugénia Cunha antropóloga forense e professora na FCTUC, Irene Vaquinhas, investigadora na área da História e professora na FLUC e investigadora e Virgínia Ferreira, socióloga e professora na FEUC.

Num regresso ao passado a professora Irene Vaquinhas falou-nos um pouco da história sobre o acesso das mulheres ao ensino superior, em particular à Universidade de Coimbra. Um processo que só se iniciou nos finais do século XIX, sendo que a primeira mulher a entrar na UC e a fazer um curso completo foi  Donitília de Carvalho nos anos 90 do séc. XIX. A investigadora explicou-nos também que em 1910 e 1911 o número de mulheres na Universidade de Coimbra correspondia apenas a 1% dos estudantes. As limitações eram muitas,  quer de género quer do conceito geral de que as mulheres não tinham capacidade e que não podiam ser nem políticas nem universitárias porque se iriam masculinizar.

A professora Eugénia Cunha com uma longa carreira profissional em diversos países e campos da ciência forense, deu-nos conta do que significa ser uma mulher na ciência e que tipo de desafios teve de enfrentar ao longo da sua carreira. A antropóloga afirmou que embora tenha tido alguns episódios pontuais, nunca se sentiu prejudicada por ser mulher e que não gosta de pensar que algumas posições que alcançou na sua vida profissional foram por haver cotas para mulheres mas sim por mérito próprio. Eugénia Cunha realçou ainda que existem muitas mulheres com mérito e que o fato de conseguirem fazer diversas tarefas em simultâneo as ajuda a conciliar a vida familiar com o trabalho.

Sobre as desigualdades especialmente durante esta altura de pandemia, a professora Virgínia Ferreira deixou-nos alguns dados de um estudo recente no qual participou que indicam que as mulheres tem tido mais dificuldades e impactos negativos na sua carreira. Existem dados que revelam que durante estes últimos meses a submissão de artigos de autoria feminina diminuíram ao contrário dos autores masculinos que aumentaram. Para Virgínia Ferreira é claro que as mulheres na sua maioria têm condições de trabalho mais precárias e são menos valorizadas.  Para a socióloga um sistema de cotas como foi implementado na Noruega pode ser essencial para que exista uma mudança no caminho da profissionalização destes procedimentos e da igualdade de género.

No final as comentadoras deixaram ainda uma mensagem para as jovens mulheres agora a iniciar o seu percurso no ensino superior: “avançar e ir em frente com vontade de saber”, “curiosidade cientifica e confiança!” e “não interiorização dos estereótipos”.

Pode ouvir o comentário na integra no Spotify da Rádio Universidade de Coimbra.

Miriam Lopes

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